Relatos

Vanete Almeida Vaz

Por Adriano Brittes
Vanete Almeida Vaz, 43 anos, preletora em grau aspirante da REGIONAL MS-CAMPO GRANDE, psicóloga e funcionária de uma empresa multinacional na capital sul-mato-grossense, nos transmite uma grande lição de superação, fazendo-nos perceber que, quando queremos algo, não há limites para o filho de Deus. A potencialidade e a capacidade infinita são inerentes a todos.

Tenho deficiência física nos membros superiores, o que impossibilitou o desenvolvimento perfeito de minhas mãos, braços e antebraços. Fui vítima da síndrome da talidomida. Talidomida é o medicamento que na década de 1960 era usado nas mulheres grávidas para evitar enjoo. Anos mais tarde, foi descoberto que esse medicamento causava má formação no feto. Logo após meu nascimento, contava minha mãe, nossa casa era muito visitada por causa do bebê que nasceu sem os braços. Muitos falavam que eu não iria viver e que minha mãe deveria dar uma injeção para me matar. Acredito que minha mãe deva ter sofrido muito com esses comentários inadequados.
Em que condições emocionais você chegou à Seicho-No-Ie?
Quando cheguei à Seicho-No-Ie, tinha uma vida financeira delicada, estava num trabalho que não gostava muito, minha mãe falecera havia pouco tempo, meu pai andava muito triste sem a presença dela e eu estava emocionalmente abalada.
Comecei a frequentar a Seicho-No-Ie no ano de 1999, quando tinha 30 anos de idade, na Regional MS-CAMPO GRANDE, na Associação da Prosperidade Local. Mas havia conhecido o Ensinamento na adolescência através das Revistas Seicho-No-Ie, que foram o veículo que me trouxe a esse Ensinamento tão maravilhoso.
Comecei a praticar o Ensinamento e a minha primeira prática foi a Cerimônia em Memória dos Antepassados, da qual passei a participar todas as sextas-feiras, na própria sede regional.
Como é a sua relação com a sua família?
Minha família é minha vida! Tudo que sou e tenho é graças a eles.
Devido à deficiência, sempre tive muitas dificuldades no dia a dia para me adaptar ao mundo “normal”. Quando se tem uma deficiência, as coisas ficam mais difíceis, as pessoas o rotulam pelo que você aparenta e não pelas qualidades que você possui. Mas minha mãe, muito sábia, sempre me amparava, motivava e dizia que eu tinha que estudar muito. Ela sempre me falava “você é inteligente e muito esperta!”, e com esse incentivo acabei ficando muito ousada. Sempre fui aluna exemplar.


Como é a sua aceitação pela sociedade e pelos colegas da Seicho-No-Ie? Como foi o início da sua caminhada?
Pela sociedade sempre há discriminação em todos os aspectos. Em relação à Seicho-No-Ie, quando cheguei, achava as reuniões maravilhosas! Todos muito alegres. Gostei tanto que decidi estudar a Filosofia e me inscrever no Ciclo de Estudos da Prosperidade. Fiz o Ciclo por três vezes e depois fui estudar no Módulo de Estudos. Hoje, estou como coordenadora geral do Módulo. Minha vida teve uma mudança completa e hoje sou uma pessoa muito próspera, muito feliz, sou uma pessoa melhor e independente. E hoje me sinto muito bem e feliz na função de Preletora da Seicho-No-Ie.
E o porquê de se tornar preletora?
Logo que iniciei na Seicho-No-Ie, quis me tornar preletora para levar a Verdade ao maior número de pessoas. Quando fiz o meu primeiro projeto prosperidade, em 2001, escrevi na parte espiritual: “Ser preletora”. Porém, em 2007, fiz o exame e não fui aprovada. No momento, fiquei chateada e não queria mais ser preletora. Mas o desejo de ajudar a difundir o Ensinamento era mais forte e, em 2010, prestei exame novamente e fui aprovada. Uma das coisas que mais me agrada, na condição de preletora, é a de ministrar orientação pessoal.
A sua saúde física ainda inspira cuidados?
Devido à deficiência, tive alguns problemas de saúde, principalmente complicações cardíacas. Aos 14 anos fui submetida a uma cirurgia cardíaca para correção de CIA (Comunicação Interatrial), que ocorre quando existe um orifício entre as duas câmeras do coração chamadas de átrios (esquerdo e direito). E aos 22 anos, tive uma complicação e foi feito o implante de marca-passo cardíaco, que já uso há 23 anos.
O marca-passo cardíaco é implantado quando o coração bate lento (bradicardia). Ele é implantado para mandar estímulo ao coração para bater normalmente; é feita uma programação. Por exemplo, no meu coração o marca passo é programado para bater 72 BPM (batidas por minuto). Entretanto, se o coração estiver batendo normalmente, o marca-passo fica em stand by.
Acredito que graças às práticas e à dedicação ao Movimento de Iluminação da Humanidade, me curei. Hoje, meu coração trabalha sozinho, sem ajuda do marca-passo para estimulá-lo.

Com tantas atribuições e com aparentes limitações, o que a levou a aceitar o convite para fazer parte da diretoria da Associação dos Preletores?

Fui convidada pela Supervisora Administrativa Doutrinária Regional para assumir a coordenação geral dos Módulos de Estudos e aceitei de imediato. Segundo ela, eu tinha todos os requisitos para assumir essa função. Meu dia a dia é realmente muito intenso. Tenho dois trabalhos: trabalho numa multinacional, na gerência de negócios de varejos, e adoro meu trabalho; e como psicóloga clínica, atendo aos pacientes à noite e em alguns finais de semana. Associo isso com a minha agenda de preletora e com as demais atividades doutrinárias e organizacionais.
Qual a sua meta particular como membro da diretoria da Associação dos Preletores?
Minha grande meta é atingir 100 alunos inscritos no Módulo, em 2014.
O que você diria aos colegas que não possuem nenhuma limitação aparente e dizem não ter tempo de se dedicar ao Movimento?
Como dizia Henry Ford “Se você pensa que pode, ou se pensa que não pode, de qualquer forma você está certo”. Então a limitação não está no físico, e sim na mente, na disposição de cada um se dedicar à missão que recebeu. Meu livro de cabeceira é o volume 7, da coleção A Verdade da Vida, e o que sempre me chamou a atenção foi o capítulo “Vamos nos divertir com as dificuldades”. Eu me divirto com minhas dificuldades; que no dia a dia são tantas… Não é fácil ser deficiente físico, mas também não é difícil. Todos nós sabemos a dor e a delícia que é ser o que é. Então, depois que descobri no ensinamento da Seicho-No-Ie que tenho capacidade infinita, porque sou filha de Deus, nada mais para mim se tornou impossível.

É admirável perceber a dedicação da nossa querida preletora Vanete e a independência com a qual ela vive. A colega dirige seu próprio automóvel, e, como distração nos horários livres, diz adorar fazer caminhadas, ler bons livros, assistir a filmes; adora sair com os amigos para comer sobá, e sempre que pode, viaja. Mora sozinha, junto com Deus e seu cachorrinho poodle (Juninho).
“Ser preletora é um presente de Deus. Sinto-me com a missão de iluminar as pessoas e possuo o desejo ardente de divulgar o Ensinamento, em retribuição a tudo que já recebi”, diz a preletora.
Quando o leitor estiver em Campo Grande (MS), aproveite para conhecer a nossa Regional e também a grande e corajosa preletora Vanete. A nós, cabe-nos agradecer imensamente à sua lição: muito obrigado!