Presidente Doutrinário da Seicho-No-Ie para a América Latina
Fumio Nishiyama
Mesmo morrendo, o ser humano não morre
Já estamos em novembro, e o
dia 2 de novembro é o Dia de Finados no Brasil. Em muitos países, as pessoas
reservam este dia para prestar homenagem aos que já faleceram e partiram para o
mundo espiritual, oferecendo orações e falando nesse dia sobre os entes
queridos falecidos, com os seus familiares. Isto porque existe um conceito e fé
em todas as pessoas de que “os seres humanos, de fato, não morrem; são vidas imortais”, razão pela qual as
pessoas têm enterrado cuidadosamente e oferecido serviços fúnebres aos seus
antepassados, desde tempos remotos.
No entanto, há pessoas no mundo que dizem:
“Quando uma pessoa morre, é o fim, não resta mais nada. Dizer que a alma continua
a viver, é crendice”, e negligenciam os seus antepassados, o que não é nada bom.
Quero lhes falar um pouco sobre o meu avô. Ele
partiu do Japão em 1936 e veio para o Brasil como imigrante, onde trabalhou
como agricultor com a sua família.
No entanto, sofria de nevralgia grave que lhe impedia de mexer o corpo
como desejava, especialmente os braços que doíam muito, e chegou a tomar vários
medicamentos importados dos EUA e de outros países, mas em vão.
Em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, o meu pai comprou um exemplar
da “A Verdade da Vida” numa livraria
da cidade e ficou tão impressionado que começou a estudar os ensinamentos da
Seicho-No-Ie, com grande entusiasmo e seriedade. No entanto, o meu avô não se
mostrava interessado em lê-lo. Certo dia ele precisou morar numa pensão da
cidade durante algum tempo para tratamento da nevralgia, no hospital.
Depois do tratamento no
período da manhã, ele nada tinha a fazer no período da tarde.
Então, por acaso, o meu
avô foi a uma livraria da cidade e comprou um exemplar de “A Verdade da Vida”, encadernado em couro, e foi só então que seu
coração se emocionou pela primeira vez
O meu avô pensou: “Este livro vai curar-me infalivelmente!”,
e assim interrompeu o tratamento, regressou à fazenda, cavou um buraco no
quintal atrás da casa para enterrar os vários medicamentos que guardava com
muito carinho, e começou a praticar e a estudar diligentemente os Ensinamentos
da Seicho-No-Ie.
Como resultado, demorou algum tempo, mas ele ficou
completamente curado da nevralgia da qual ele sofria.
Posteriormente, a minha
família deixou a fazenda e mudou-se para Paraguaçu Paulista, e tempos depois, em
1963, mudou-se para a cidade de Ourinhos.
Durante mais de 20 anos, o meu avô foi muito
saudável, rezava de manhã cedo, cortava lenha com machado e cultivava legumes
na horta.
Certo dia, em 1966, o meu avô, que estava com 80
anos, estava a tomar café com um amigo e disse: “Quando chegar a ‘minha hora’,
vou fingir que estou doente durante uma semana para voltar a ver os meus filhos
e netos, e então partirei para o outro mundo”. O meu pai disse que ouviu isso
com um sorriso irônico e ficou a pensar: “Que mau presságio, papai”.
No entanto, cerca de um
mês depois, o meu avô que sempre se levantava de manhã cedo para rezar, disse à
minha que naquele dia “por alguma razão não conseguiu sair da cama”.
Assustada, meus pais chamaram o médico, que ao examiná-lo disse a todos: “O
tempo dele chegou. Chame a família”. Imediatamente, o meu tio, as minhas
tias e os meus primos acorreram para junto do meu avô.
Meu avô estava bem
consciente e, para as necessidades fisiológicas ia caminhando, ajudado por
todos. Após uma semana, na noite da véspera do seu falecimento, começou a falar
tudo no “pretérito perfeito”, como por exemplo: “A luz do quarto onde eu dormia
está acesa. Apague-a, para evitar desperdício”.
Em outras palavras, eu penso que o corpo dele ainda estava lá, mas sua
alma já tinha se transportado para um lugar mais elevado, e já não se
encontrava mais lá.
Na manhã seguinte, todos
estávamos a ler a Sutra Sagrada “Chuva
de Néctar da Verdade” à volta da cama dele, pois o seu estado de saúde
parecia estar a piorar. Nisso, meu avô tentava várias vezes levantar os braços,
mas lhe faltavam forças e os braços caíam. Meu pai disse: “Certamente ele está
querendo juntar as mãos em oração; ajude-o”. Quando minha tia ajudou-o a juntar
as mãos no peito, meu avô deu seu último suspiro.
Chamam de ‘morte
pacífica’, mas a partida do meu avô para o plano espiritual ocorreu exatamente
assim. Através dessa experiência, pude reforçar a convicção de que ‘de fato, o
ser humano não morre’.
Desejo sinceramente que,
no ensejo do Dia de Finados, os senhores se lembrem que “o Filho de Deus, mesmo morrendo, não morre,
pois sua vida é imortal”, e vamos juntos renovar nossa oração de gratidão aos
antepassados, pois devemos a eles o fato de estarmos hoje vivendo.
Estamos próximos do fim de ano e do Ano Novo. Oro sinceramente para que tenham um Natal muito feliz e um auspicioso Ano Novo junto aos seus familiares.
Novas reverências, muito obrigado!
Preletor da Sede Internacional Fumio Nishiyama – Presidente Doutrinário da Seicho-No-Ie para a América Latina
Publicado no Boletim Informativo – Círculo de Harmonia Edição 334 (Novembro/Dezembro-2023)
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