Preletora Keila Fabiele conta como uma mulher multitarefas pode se realizar a um só tempo como mãe, esposa, profissional e religiosa

Prela Keila scaled e1669922870496 Preletora Keila Fabiele conta como uma mulher multitarefas pode se realizar a um só tempo como mãe, esposa, profissional e religiosa TANIGUCHI, Masaharu (2007). Sutras Sagradas. 41a.ed. São Paulo: SEICHO-NO-IE DO BRASIL, p.9

Cidade de Guarulhos, São Paulo, ano de 1980. A menina Keila, de apenas cinco anos de idade, de repente some das vistas da avó Virgínia Ferrari Bono, que participava de uma reunião em uma instituição religiosa. Tensa, ao sair à procura da neta, finalmente a encontra na sede de uma outra entidade religiosa que ficava ao lado. Era a sede da Regional SP-GUARULHOS, da Seicho-No-Ie.

No salão de reuniões, alguns descendentes de japoneses praticavam a Meditação Shinsokan sentados na posição original, sobre as pernas no tatame. Algo parecia não fazer sentido. Aquele imenso silêncio não tinha sido perturbado pela pequena peralta. A cena foi no mínimo inusitada. Lá estava a menina Keila, imitando a posição dos adultos, quieta e acompanhando a meditação.

Essa situação se repetiu algumas vezes. Houve mais contatos dela com a Seicho-No-Ie durante a infância, mas só aos 25 anos de idade é que teve um reencontro definitivo. Nomeada Líder da Iluminação em 2008 e hoje Preletora em Grau Sênior, a Preletora Keila Fabiele Braz Aroteia é um exemplar da mulher dos novos tempos, que administra suas inúmeras tarefas, funções e cargos com dinamismo e equilíbrio, de modo que se sente realizada em todos os aspectos.

Quem a conhece pode atestar: sua presença basta para arrancar as almas das garras da apatia. De sua atmosfera pessoal sempre esculpida em oração, distribui a totalidade da vibração de que dispõe em seu espírito. Mas de onde vem tanta energia? Como, aos 46 anos de idade, essa líder consegue fazer funcionar com excelência todas as dimensões e quadrantes da sua vida?

A mãe coruja da Alícia, de dois anos, foi funcionária da SEICHO-NO-IE DO BRASIL (SNI/BR) atuando na Superintendência das Atividades dos Preletores da SEICHO-NO-IE DO BRASIL, atua como advogada especialista em Direito Civil, Presidente Interina da AJSI da Regional SP-GUARULHOS, acha tempo para se dedicar ao artesanato e à horta, e ainda conhece mil maneiras deliciosas de preparar berinjela, já que não come carne desde criança e é apreciadora inveterada dos legumes. Como se houvesse tempo para qualquer outra coisa, vale dizer que ainda cabe, em sua rotina, a paixão que nutre pelo seu time do coração, o Corinthians.

 

Confira uma entrevista com a líder que entre cargos, funções e títulos na Seicho-No-Ie soma aproximadamente 30 nomeações, desde Presidente de Associação Local e Regional da Associação dos Jovens, passando pelo cargo de Supervisora Administrativa Doutrinária Regional e chegando a membro da Comissão Executiva Central (CEC) da Superintendência das Atividades dos Preletores da SNI/BR. E se prepare! Você vai precisar de fôlego só de imaginar como essa inspiradora líder consegue ser uma mulher multitarefas, na máxima acepção da palavra.

 

Revista Mulher Feliz Você tem uma ligação com a Seicho-No-Ie desde a primeira infância, da qual não tinha memória, mas que veio a descobrir já adulta. Conte-nos sobre os seus primeiros contatos com o Ensinamento.

Preletora em Grau Sênior Keila Fabiele Braz Aroteia (Prela. Keila Fabiele) – Em junho de 2001, então com 25 anos de idade, eu estava passando por uma situação dificil e não conseguia emprego. Desci do ônibus, passei em frente da sede da Regional SP-GUARULHOS e uma força maior me fez entrar. Como minha mãe já havia sido convidada anos antes para participar, e eu tinha ganhado um exemplar das Sutras Sagradas dela aos sete anos de idade, por alguma razão, lembrei-me do nome na fachada e entrei. Depois descobri que minha avó frequentava uma entidade religiosa ao lado da Regional e que várias vezes eu fugi dela e entrei na sede da Seicho-No-Ie. Ela me encontrava em posição de oração no tatame, acompanhando a Meditação Shinsokan com os descendentes de japoneses, aos cinco anos de idade. Agora já adulta, logo nas primeiras reuniões já me senti mais feliz e em pouco tempo consegui um emprego, sendo rapidamente também promovida graças à prática do Ensinamento.

Keila e Familia scaled e1669923290594 Preletora Keila Fabiele conta como uma mulher multitarefas pode se realizar a um só tempo como mãe, esposa, profissional e religiosa TANIGUCHI, Masaharu (2007). Sutras Sagradas. 41a.ed. São Paulo: SEICHO-NO-IE DO BRASIL, p.9

Na foto, o aniversário de um ano de sua filha Alícia Aroteia Siqueira, hoje já com dois aninhos. Da esquerda
para a direita, o esposo e também Preletor Plínio Freitas Siqueira Neto, a filha Alícia no colo do enteado Iago
Fiore Siqueira, e a Prela. Keila.

“(…) é preciso ter em mente que a missão da
mulher é grandiosa, já que nossa característica

natural é de amar, envolver,
acalentar, cuidar.”

Revista Mulher Feliz Com base na sua experiência pessoal, qual é o segredo para se tornar uma mulher realizada diante dos vários desafios que o mundo moderno impõe, na atualidade, tais como a tripla jornada e a necessidade de cumprir os múltiplos papéis como mãe, esposa, profissional e religiosa?

Prela. Keila Fabiele – Em primeiro lugar, é importante que se diga que sem As Três Práticas Religiosas Importantes da Seicho-No-Ie, isto é leitura de Sutras Sagradas, Cantos em Louvor, livros e Revistas Sagradas da Seicho-No-Ie; a dedicação de atos de amor ao próximo; e, sobretudo, a prática da Meditação Shinsokan, é muito difícil você exercer todas as funções sem que se sinta cansada. Dito isso, é preciso ter em mente que a missão da mulher é grandiosa, já que nossa característica natural é de amar, envolver, acalentar, cuidar. Então, penso que, mesmo não abrindo mão de uma carreira, a missão de mãe e esposa não pode ser esquecida nunca. Isso jamais nos colocará em situação inferior ao homem. Somos únicas. Cada ser tem suas características e sua missão. Atualmente é preciso que as funções no lar sejam partilhadas, mas não podemos nos esquecer de que as características do homem são diferentes das nossas. Então é importante sempre perguntar para si mesma se determinada tarefa pode ser realizada pelo outro, antes de delegar. Quanto à minha forma particular de administrar todas as frentes, assumo muitas responsabilidades consciente de que não é possível delegar boa parte delas. Eu tenho o hábito matinal de relacionar tarefas importantes do dia e vou comemorando quando concluo cada uma. Procurar realizar tudo com bastante alegria também é um ponto importante para que nos sintamos realizadas e felizes. É assim que me considero uma mulher feliz por ser quem sou e conseguir realizar tudo o que desejo.

 

Revista Mulher Feliz Quanto você atribui à sua realização como mulher ao fato de se dedicar ao Movimento da Seicho-No-Ie?

Prela. Keila Fabiele – Eu tenho duas versões de mim mesma: uma antes de ser dirigente da Seicho-No-Ie e outra depois. Acredite que a de depois é uma pessoa muito melhor, realizada e feliz. Ser dirigente de uma organização que nos dá a oportunidade de criar, exercitar a fé e ajudar pessoas é sensacional. Muitas vezes dizemos “não” quando alguém nos convida para exercer determinada função. Mas eu percebo que esse “não” é uma proteção que nosso inconsciente coloca para evitar superar nossos medos e dificuldades. A verdade é que para crescer temos que enfrentar as limitações interiores e assumir a dianteira numa missão de levar adiante o Ensinamento. Isso nos trará felicidade e realização. Em uma determinada ocasião eu tive medo de assumir a presidência regional, por ser a primeira vez. Foi então que o Preletor da Sede Internacional Fernando Antônio Mendes Marques me disse: “Apenas diga sim e seja candidata”. Naquele instante eu respondi: “Se eu for candidata serei eleita, pois só haverá eu de candidata”. Daí ele simplesmente disse “Então…” Eu imediatamente entendi o recado: quem convidou foi Deus. O cargo não seria exercido pelo pequeno eu. Esse foi o primeiro de todos os “sim” que disse desde então, e jamais me arrependo de nenhum deles. Lógico que houve muitos momentos difíceis, mas se eu não vencesse cada um deles, eu não seria a pessoa melhor que afirmo ser hoje. Se posso dizer algo para as mulheres, que são fortes e corajosas por natureza, digo o seguinte: diga sim sempre que surgir uma oportunidade na Seicho-No-Ie, pois só Deus sabe nossos anseios e Ele usa desses expedientes para nos ajudar a alcançar a solução daquilo que Lhe pedimos. Deus é o Todo de tudo e com certeza está “disfarçado” de um líder da Seicho-No-Ie para lhe convidar a trilhar o grande caminho da Luz. Experiência própria!

 

Revista Mulher Feliz Descreva um momento delicado, ou mesmo dramático, em que a prática do Ensinamento foi fundamental, na sua vida.

Prela. Keila Fabiele – Em 2002, meu irmão mais velho descobriu um câncer no intestino. Nosso pai já havia falecido pela mesma doença em 1996, bastante debilitado. Meu irmão foi para a cirurgia de modo imediato, pois os médicos disseram que o caso era bem grave. Ele ficou 13 horas na mesa operatória. O médico disse que ele tinha que reagir em 72 horas. Se ele sobrevivesse, teria de usar bolsa de colostomia pelo resto da vida. Tomei a providência de colocar uma Sutra Sagrada debaixo do lençol no leito dele. Fiz registros espirituais e conversei com o espírito do meu pai. Uma vidente amiga da família viu uma sombra atrás do meu irmão, que ela interpretou como sendo a morte. No entanto, dei-me conta de que era o espírito do meu pai que ainda estava sofrendo no plano espiritual com o câncer que lhe havia tirado sua vida, e pedia socorro. Percebi a razão pela qual o filho mais velho dele estava manifestando a mesma enfermidade. Inscrevi meu pai como Apóstolo da Missão Sagrada Espiritual – Oração Perpétua, li o livro Assim de Concretiza o Bem e comecei a intensificar as orações. Quanto ao meu irmão, fiz uma lista das pessoas a quem ele deveria agradecer (papai, mamãe, esposa, filho e tudo o mais). Pouco tempo depois, minha sobrinha, filha dele, disse que sonhou com o avô, o nosso pai. Ele estava bem e mandou avisar a mim que eu tinha salvado a vida dele. O resultado foi que meu irmão se recuperou e nunca mais apresentou qualquer problema relacionado aos intestinos.

 

Revista Mulher Feliz Com relação ao Movimento da Seicho-No-Ie, como você acredita que deve ser a forma de divulgação do Ensinamento após o auge da pandemia de covid-19?

Prela. Keila Fabiele – Somos um ensinamento de vanguarda e não podemos perder isso de vista. As dificuldades atuais não são maiores do que aquelas que o Sagrado Mestre Masaharu Taniguchi e os pioneiros enfrentaram no início do Movimento. Penso que ficarmos tranquilos e não nos atermos ao cenário que se mostra à frente é o caminho do progredir. Não podemos nos comparar a nenhum outro movimento. Nós, líderes, precisamos nos conscientizar cada vez mais de quem somos verdadeiramente, pois as pessoas só terão a consciência na medida da nossa própria consciência. Penso que o Canto Evocativo de Deus[1] é a grande resposta, ao nos entregarmos para que Deus realize as Suas obras através de nós.

 

Revista Mulher Feliz Deixe uma mensagem às leitoras da Revista Mulher Feliz.

Prela. Keila Fabiele – Para encerrar quero dizer às leitoras que jamais se esqueçam de sua essência, seja qual for a sua posição profissional ou pessoal. O mundo fica muito melhor quando as mulheres manifestam seus dons naturais. Nossa origem é divina. Pratiquem o Ensinamento da Seicho-No-Ie com alegria e disciplina. Nós naturalmente temos um brilho especial, então por que não iluminar todos os lugares por onde passarmos? Assim, deixaremos nossa “marca” e um legado que jamais será esquecido, mesmo após deixarmos esse mundo. Nós mulheres somos as mais aptas a concretizar um mundo em que reine a paz, a harmonia e a empatia. Sucesso e felicidades!

[1] TANIGUCHI, Masaharu (2007). Sutras Sagradas. 41a.ed. São Paulo: SEICHO-NO-IE DO BRASIL, p.9

“O mundo fica muito melhor quando as mulheres
manifestam seus dons naturais. Nossa origem é
divina. Pratiquem o Ensinamento da
Seicho-No-Ie com alegria e disciplina.”
Prela. Keila Fabiele