Meu nome é Andrea Rodrigues Custodio, tenho 40 anos e vivi grande parte de minha infância na cidade de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Sou mãe da Carolina, de 16 anos, que me acompanha e apoia em minha jornada na Seicho-No-Ie, bem como meu esposo Jeferson e minha mãe Maria Helena.
O casamento dos meus pais foi imposto pela família da minha mãe, que a obrigou casar aos 16 anos de idade com um homem que não foi escolhido por ela; desta união vieram seis filhos, um partiu para o mundo espiritual aos seis meses após o nascimento. Segundo conta minha mãe, meu pai Moisés bebia muito e quando chegava em casa a agredia fisicamente e a colocava para fora com os cinco filhos pequenos. Como esta situação era rotineira, todos os dias minha mãe ficava pronta, esperando meu pai chegar para sair correndo comigo e com meus irmãos antes que as brigas começassem.
Quando tinha dois anos de idade, minha mãe tomou a decisão de separar-se de meu pai, após não suportar mais as bebedeiras e toda a infelicidade que isso gerava. Então, meu pai pegou os cinco filhos e veio morar em Sapucaia, onde residia grande parte de seus familiares, colocando-nos em um semi-internato. Por ser a mais chorona, após algum tempo, ele tomou a decisão de me devolver para minha mãe, o que sempre foi motivo de orgulho e felicidade para mim, pois pude ter o amor da minha mãe, não precisando mais conviver com meu pai.
Minha mãe casou-se novamente e deste relacionamento nasceu minha irmã Adriana. Meu padrasto não bebia, mas era enérgico e também batia em mim e na minha mãe. Meu relacionamento com ele era difícil e neste ambiente familiar aconteceram várias situações que me fizeram ter vontade de sair de casa e tentar a vida na “cidade grande”.
Aos seis anos de idade, entrei na escola e tomei a decisão de estudar para ser alguém na vida, ganhar dinheiro para poder sair daquela cidade e viver feliz com minha mãe. Deus colocou em nosso caminho uma pessoa muito especial para ajudar a minha mãe a tomar conta de mim e da minha irmã, a minha avó Célia, uma senhora trabalhadora que levantava cedo para lavar e passar as roupas de moradores importantes da cidade. Minha avó me ensinou muitas lições positivas.
Acreditava nas palavras de força que ela pronunciava e na confiança que depositava em mim, isso me movia a sonhar e batalhar para realizar meus ideais. Minha mãe trabalhava e me dava condições para poder estudar.
Por tudo que vivi na infância, ficou gravada na minha cabeça uma imagem negativa sobre os homens, para mim nenhum prestava. Odiava meu pai biológico e também meu padrasto. Minha mãe trabalhava o dia todo como diarista, e eu vendia panos de prato para ajudar nas economias. Com o passar do tempo, percebi que não precisávamos do meu padrasto para nada.
Aos 17 anos me formei em contabilidade e fui morar em Esteio, no Rio Grande do Sul, com uma tia que me acolheu e logo comecei a trabalhar e estudar para melhorar na vida.
Um ano depois, minha mãe se separou de meu padrasto e a trouxemos para morar conosco. Porém logo perdemos dois de meus irmãos, que partiram para o mundo espiritual muito jovens, aos 25 anos. Este fato abalou demais a mamãe, que resolveu voltar a morar em Cruz Alta.
Durante dez anos sonhei em trazer minha mãe para perto de mim novamente, porém ela não tinha coragem de se mudar mais uma vez. Toda vez que nos víamos chorávamos demais na despedida.
Dei continuidade a minha vida, continuei me dedicando aos estudos e ao trabalho, me especializei na área de vendas, me casei e após alguns anos me tornei empresária juntamente com meu esposo.
Minha primeira empresa com meu marido durou cinco anos e falimos. Esta experiência nos trouxe muito sofrimento, mas também aprendizado e crescimento. Algum tempo depois montei uma empresa com uma sócia, tivemos muita prosperidade por cerca de cinco anos e meio, mas depois a desarmonia entre nossas famílias e nossas divergências de pensamentos nos distanciou, fazendo com que tomássemos a decisão de acabar com a sociedade.
Passei a atuar na empresa familiar de meu esposo e sogro, porem os negócios não iam bem e mais uma vez nos víamos com a possibilidade de falir. O dinheiro passava pelas nossas mãos, mas não parava e não conseguíamos manter nossos bens materiais e nosso patrimônio. Isso ocasionou uma verdadeira catástrofe familiar repleta de desarmonias e tristezas.
Em 2009, um amigo me convidou para assistir a uma palestra da SEICHO-NO-IE e me senti como se já fizesse parte daquele ambiente há muito tempo.
Logo fui convidada a participar do Ciclo de Estudos da Prosperidade e também dos Módulos de Estudos da Seicho-No-Ie. Comecei a participar das reuniões da Associação dos Jovens da SEICHO-NO-IE DO BRASIL. Mudei meu comportamento e esta mudança convenceu meu esposo a participar comigo. Aí se iniciou a verdadeira transformação em nossas vidas.
A cada palestra, a cada aprendizado, a cada prática de Meditação Shinsokan e de leitura de Sutras Sagradas, leituras de livros e participação nas reuniões da Associação Local, a convicção de que sou filha de Deus e merecedora de todas as coisas boas do universo se concretizava na minha vida e me fortalecia cada vez mais.
Aprendi com a preletora Carolina dos Anjos, a valorizar os pais e aceitá-los da maneira como são; descobri o verdadeiro significado da gratidão; chorei muito e ali começou a reconciliação total com meu marido e meu sogro.
Com a leitura do Livro “Buscando o Amor dos Pais”, me dei conta da importância da reconciliação com nossos pais. Pedi perdão ao meu paizinho querido, que já estava no mundo espiritual, e passei a utilizar o seu sobrenome e a orar por sua alma através da prática da Oração em Gratidão aos Antepassados.
Comecei a sentir gratidão ao meu padrasto e a perceber como ele havia sido importante por ter cuidado de mim e ajudado em minha formação. Percebi que era uma esposa rebelde e uma nora desarmoniosa.
Resolvi então participar do Seminário de Gratidão aos Pais, que fez a diferença em minha vida. Após voltar da academia, liguei para meu padrasto, pedi perdão por todos os sentimentos que mantinha contra ele agradeci tudo que ele havia feito por mim. Ele por sua vez, chorando, me pediu perdão e disse que se sentia o pai mais feliz do mundo. Pedi perdão à minha mãe, pois me sentia de certa forma responsável pela separação deles.
Passei a atuar na Associação dos Jovens com a missão de despertar esse sentimento nos jovens e cessar com o sofrimento da humanidade, em seguida assumi a presidência da Associação Local que frequentava e passei a atuar também no Movimento Escoteiro, vivenciando a cada semana as alegrias e transformações dos juvenis e jovens a minha volta.
Mudei e o mundo a minha volta se transformou. Na empresa começamos a ver soluções viáveis para retomar os negócios e passamos a enxergar os clientes, fornecedores e funcionários como parceiros. Neste momento começaram a ocorrer coisas boas, que o Universo estava reservando para mim.
Em 2009, consegui trazer a minha mãe para São Leopoldo e a coloquei para morar em minha casa, juntamente com minha família. Quando vi minha mãezinha chegando agradeci a Deus e me senti merecedora de tamanha felicidade.
Algum tempo depois, durante o Seminário da Prosperidade em Curitiba, no final do primeiro dia recebi a notícia de que minha irmã Adriana havia partido para o mundo espiritual naquele momento. Acolhida por amigos da Associação dos Jovens da Seicho-No-Ie, vivi mais este episódio em minha vida e me fiz a promessa interior de auxiliar nos cuidados de seus três filhos e dedicar carinho ao nosso pai.
Minha mãe estava novamente muito abalada devido a perda da Adriana e queria voltar para Cruz Alta, pois desejava comprar sua própria casa. Recebi um convite para fazer um estágio para Líderes da Associação dos Jovens da SEICHO-NO-IE DO BRASIL, em São Paulo, mas estava preocupada em deixar a minha mãe.
Mais uma vez as orações, leitura de Sutras Sagradas para os antepassados e também a prática da Meditação Shinsokan, fizeram a diferença na minha vida e, dois dias antes da minha viagem, vi um anúncio no jornal com a lista dos novos beneficiados do Projeto Minha Casa Minha Vida de São Leopoldo. Liguei para minha mãe e anunciei que seu apartamento de dois quartos a esperava no novo residencial da cidade e que ela não tinha mais motivos para voltar a Cruz Alta.
Desta forma pude cumprir minha missão espiritual de viajar à São Paulo e fazer meu estágio para Líderes da Associação dos Jovens.
Aprendi que a verdadeira prosperidade começa na harmonia familiar e compreendi que se temos sentimento de gratidão, estamos em sintonia com Deus. Praticando os Ensinamentos da SEICHO-NO-IE aprendemos a manifestar o amor que nos torna fortes para superar qualquer obstáculo e, assim, abrimos o canal da provisão infinita em nossas vidas.
Agradeço a todas as pessoas da Seicho-No-Ie que de alguma forma atuaram em minha vida para me trazer crescimento. Deus muito obrigado. Papai, muito obrigado. Mamãe, Muito obrigado. Antepassados, Muito Obrigado. Muito obrigado!