Dra. Tânia: “A medicina e o Ensinamento da Seicho-No-Ie convergem em alguns pontos quando o assunto é a defesa da Pequena Vida”.

Na Seção Profissão Educador, acompanhe uma entrevista especial com a Preletora em Grau Júnior Tânia Dalur de Souza, Docente da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Ela explica como orienta seus alunos de Mestrado a respeito da proteção à vida intrauterina, a Pequena Vida.

Depois de conhecer, em 2004, o Ensinamento através do Ciclo de Estudos da Prosperidade (atualmente o New Ciclo) e ter, segundo ela, apreendido a verdadeira prosperidade e se libertado de um quadro de obesidade, hipertensão e pré-diabetes, ela se tornou preletora em 2008 e hoje é Presidente da União das Associações da Prosperidade (UAP) da Regional SP-BARRETOS.

Entre outros itens, a Dra. Tânia sugere formas de falar a todos os públicos sobre a importância e a sacralidade da vida intrauterina, e não apenas a pessoas ligadas à docência na área da saúde.

 

Revista Mulher Feliz Passe uma visão da médica Dra. Tânia sobre como a Seicho-No-Ie aborda a temática da Pequena Vida, e da Preletora Tânia a respeito de como a medicina já avançou e/ou deve avançar mais sobre esse assunto.

Doutora e Preletora Tânia Dalur de Souza (Dra. Tânia) – Como médica, vejo que a abordagem da Seicho-No-Ie é sobre o sagrado da Vida que, por sua vez, deve ser respeitada e valorizada. Além disso, a visão de que todos somos UM nos leva a assumir o cuidado com tudo, pois tudo é Vida de Deus e como tal deve ser considerado. Quanto à medicina, como Preletora vejo que hoje existem técnicas modernas com as quais se pode tratar dentro do útero muitas enfermidades, e efetuar até cinquenta espécies de operações cirúrgicas. Se o ser concebido é um paciente a quem se pode tratar cirurgicamente, ele, antes disso, é uma pessoa e tem direito à vida. Assim, nós, como Preletores, médicos e pais, devemos conservá-la.

 

Revista Mulher Feliz Como a sra. trabalha o tema da proteção à Pequena Vida no ambiente acadêmico, junto aos estudantes de Mestrado para os quais leciona?

Dra. Tânia – Inicialmente, o ponto principal que passo aos meus alunos e residentes é “Reverenciar a Vida”. Isto é, respeitar a nós mesmos e aos outros. Ou seja, o primeiro dos direitos naturais do homem é o direito de viver. Portanto, o primeiro dever de um médico é defender e proteger o seu primeiro direito: a vida. A seguir, explico que a verdadeira saúde é uma consequência do bem-estar físico, psicológico, familiar, social e espiritual, aspecto que enfatizo. Pergunto a eles: por que escolheram ser médicos? Não é para cuidar da vida? Logo, proteger a vida é nossa missão, nosso juramento.

“Cabe a nós, que escolhemos cuidar da saúde e da vida, levantar essa bandeira como prática de nossa escolha de zelar pelo bem mais precioso dado por Deus, a vida”.

Dra. Tânia

Revista Mulher Feliz Como essa sua abordagem se desdobra nos debates em sala de aula?

Dra. Tânia – Vai sendo sedimentado o entendimento de que uma pequenina vida é a que mais precisa da proteção de todos, tanto familiares quanto médicos, porque ela não fala, não se queixa e não tem como se defender. Dessa forma, é fundamental o respeito à vida desde que se inicia. Concluímos, em sala de aula, que cabe a nós, que escolhemos cuidar da saúde e da vida, levantar essa bandeira, como prática de nossa escolha de zelar pelo bem mais precioso dado por Deus: a vida. Coloco também que o acaso não existe. Portanto, mulher nenhuma engravida por acaso. A nova vida que surge no momento da concepção é alguém que depende da mãe para crescer, educar-se, evoluir.

 

Revista Mulher Feliz Qual é a opinião dos seus alunos, em geral, em relação à prática do aborto?

Dra. Tânia Infelizmente, a minha percepção é a de que as pessoas, os alunos têm vindo numa crença crescente de materialismo, o que os leva a acreditar que não há problema em descartar a vida não desejada. No entanto, a maioria dos residentes se posicionam a favor do aborto somente em casos em que representaria a única forma de salvar a vida da paciente, ou no caso de gravidez resultante de estupro. Cabe ressaltar que sendo esta uma opinião dos residentes, a Seicho-No-Ie não coaduna, em hipótese alguma, com tal pensamento.

 

Revista Muher Feliz Diante de uma turma em que vários alunos se posicionam a favor do aborto, como a sra. aborda o tema?

Dra. Tânia Acho importante informar que o aborto, apesar de proibido, com excessões em alguns casos, ainda acontece e é feito no Brasil com relativa frequência.  Nesse ponto, é importante questionar se o aborto realmente é a solução mais fácil diante de uma gravidez não planejada. Enfatizo que devemos orientar as pessoas sobre a busca da responsabilidade frente a quaisquer situações que tenhamos em nossas vidas. E sempre falo sobre Deus.

 

Revista Muher Feliz A partir da maneira como a sra. coloca esse assunto em sala de aula, qual é a reação dos alunos?

Dra. Tânia No início eles têm os olhares de questionadores. Questionam: “Será? É isso mesmo que acontece?” Com as explicações, relatos da minha experiência e o conteúdo bibliográfico, eles começam a interagir e às vezes até contam suas próprias experiências ou de alguém que está sofrendo com isso. No final das aulas eles me procuram e muitos querem obter mais conteúdo sobre o tema. O importante é a reflexão que fomenta o interesse pela pesquisa, e a busca por integrar diversos núcleos de estudos na área.

 

Revista Muher Feliz A sra. pode passar dicas para as mulheres de outras  áreas de formação, sobre a maneira mais adequada de divulgar/argumentar sobre a importância de defendermos a Pequena Vida?

Dra. Tânia Primeiramente, trabalhem o acolhimento e demonstrem apoio e amor. A visão punitiva ou de impingir culpa não ajuda o entendimento e nem vai mudar a postura de uma pessoa em relação à proteção da Pequena Vida. Lembrem-se sempre de que em quaisquer circunstâncias o amor deve ser a mola propulsora de esclarecimentos e cuidados. Esclareçam que as vidas humanas são sagradas, são manifestações de Deus na face da terra. Sempre falem sobre o respeito à vida e a importância da espiritualidade e do amor. Lembrem às pessoas de que somos responsáveis pelos nossos atos, e que a nossa missão é contribuir para fazer o próximo feliz em todas as oportunidades, o que inclui quem está no ventre materno.

 

Revista Muher Feliz Na sua visão, qual é a principal causa do grande contingente de mulheres que provocam o abortamento, e o que precisa ser feito para que esse número diminua?

Dra. Tânia Na minha opinião, baseada no exercício e docência de medicina, o número elevado de casos resulta de necessidades não satisfeitas de planejamento reprodutivo, envolvendo a falta de informação e ausência de acompanhamento pelos serviços de saúde. A solução deve partir do cumprimento da Constituição Federal que garante o direito à vida, à liberdade e à segurança, e também da Lei n° 9.263, de 1996, que é a lei do planejamento familiar. Ela assegura os direitos sexuais e os direitos reprodutivos das mulheres como direitos humanos, e recomenda aos estados atenção de qualidade a todas as pessoas para que possam exercer tais direitos[1]. Na minha opinião como Preletora, devemos ampliar a divulgação do Ensinamento da Seicho-No-Ie, a fim de difundirmos que a Vida está presente desde a concepção, sendo que, dessa forma, deve ser preservada e respeitada.

 

 

 

 

 

[1] Nota do editorial: no ambiente acadêmico, é importante que sejam tratados todos os aspectos que envolvem o planejamento familiar, mas na Seicho-No-Ie não falamos em controle de natalidade e sim “controlar a gravidez”. Para mais informações sobre o método moral e religiosamente correto de controle da gravidez, leia o livro Mundo Espiritual e o Destino do Homem (a partir da página 125), de autoria do Sagrado Mestre Masaharu Taniguchi.