Mensagem Maio-Junho
Presidente Doutrinário da Seicho-No-Ie para a América Latina Fumio Nishiyama Vamos contribuir para o patrimônio cultural de
Fumio Nishiyama
Reverências, muito obrigado.
Estimado internauta, hoje vamos falar sobre a relação entre espiritualidade e meio ambiente.
Esse tema é a propósito do aniversário de inauguração, em 2013, do Escritório na Floresta, construção de referência arquitetônica que foi projetada para ser a Sede Internacional da Seicho-No-Ie, no Japão.
Neste 07 de julho de 2021, a edificação, que foi concebida pelo Supremo Presidente da Seicho-No-Ie, Professor Masanobu Taniguchi, completa oito anos como um exemplo de sustentabilidade em nível global.
Trata-se do primeiro Edifício de Energia Zero do Japão (ZEB, Zero Energy Building) que, devido à sua proposta de vanguarda é um dos mais avançados empreendimentos sustentáveis do mundo, tendo sido premiado pelo Governo japonês pela sua proposta de conjugar desenvolvimento e proteção ao meio ambiente.
Por essa ocasião, vamos compreender melhor por que a Seicho-No-Ie defende, no âmbito religioso, a premissa de que Deus, Natureza e seres humanos são originariamente unos.
É tarefa da religião proteger a totalidade da vida no planeta – É errôneo pensar que religião seja algo separado da biodiversidade, como se fossem duas instituições ou instâncias distintas. Em verdade, a qualidade de vida, e a própria evolução espiritual de uma pessoa, estão intimamente ligadas com a relação que ela tem com a natureza. Vejamos por quê.
A evolução da humanidade começa no contato íntimo entre ser humano e natureza – Os livros de Ciências e de História estão aí para dar testemunho da importância, para a evolução da humanidade, do contato do ser humano com a natureza.
Santos Dumont (1873-1932), o pai da aviação, ofereceu o céu para a humanidade transitar porque desde criança estudava os movimentos dos pássaros ao invés de caçá-los, como normalmente faziam os meninos de sua época.
O clérigo Gregor Mendel (1822-1884), o pai da genética, descobriu a hereditariedade observando uma ervilheira enquanto os outros frades só viam nas ervilhas o almoço.
Cerca de 2 mil anos a.C., alguém inventou a primeira medida de tempo observando a projeção da luz do sol sobre as árvores, cuja sombra se movia percorrendo um determinado caminho – ao invés de apenas usá-las como lenha.
Esses exemplos comprovam que a harmonia com a natureza é essencial à vida – e não apenas por conta do atual desmatamento e aquecimento global. Em verdade, do contato com o mundo natural também depende a saúde de cada pessoa.
Cuidado para não nos tornarmos pessoas “ressequidas” e incapazes de apreciar o belo – O Professor Masanobu Taniguchi explica, em O Princípio do Relógio de Sol (p.113), que os cinco sentidos “protegem”, modo de dizer, a nossa consciência de receber, de uma só vez, todas as informações disponíveis ao redor. Assim, a visão só se concentra em um ponto, desprezando o restante. Com a audição é a mesma coisa, com os tímpanos “filtrando” os sons que interessam.
A vantagem desse processo é conseguir “simplificar” o dia a dia, fazendo tudo se resumir a uma determinada linguagem que, por sua vez, torna possível agilizar a lida com um cotidiano cada vez mais bombardeado por poluição sonora, visual e de todo e qualquer aspecto.
Porém, por outro lado, o supremo presidente também alerta, à página 129 da mesma obra, que “se nos limitarmos às relações lógicas e simplificadas através da linguagem, nossa vida se tornará por demais ressequida, e, cada vez mais, perderemos a oportunidade de apreciar as emoções do belo”.
O risco das interações simplificadas e utilitaristas – O Professor explica, ainda, que essa “seleção” constante dos sentidos pode levar à uma relação utilitarista com o mundo e com as pessoas, fazendo com que o ser humano só escolha interações que lhe sejam lucrativas.
Esse tipo de inter-relação acaba afetando os nervos e gerando estresse, posto que tudo que é exterior passa a ser considerado uma ameaça. Em outras palavras, a pessoa acaba se tornando uma espécie de carcereira de si mesma, se aprisionando à “armadura” que carrega dentro dos próprios olhos.
Importância de se conectar/reconciliar com a natureza – É nesse sentido que aprendemos, na Seicho-No-Ie, que é preciso nos reconectarmos com todas as coisas do Céu e da Terra, ato que chamamos de Reconciliação. Reconciliar-se, portanto, não é uma atitude realizada em um determinado tempo e espaço na qual pedimos perdão e agradecemos a alguma pessoa ou situação.
Harmonizar-se com o Universo significa dar constante atenção às dádivas que nos cercam: o ar que respiramos, as frutas que saboreamos, a caminhada ou o passeio de bicicleta, o cuidado com a horta e o delicado contato manual com a peça de artesanato etc., como fazemos nos Clubes da Seicho-No-Ie, por exemplo.
Por meio dessas práticas de reconciliação, ou reaproximação, com a natureza, retomamos o contato não com algo externo, mas percebemos que nós vivemos dentro de uma mesma vida. Em outras palavras, não há natureza fora de mim e nem eu posso ser um corpo estranho à natureza. Eis a noção mais aprimorada de que todos somos UM ao nos reconciliarmos com todas as coisas do Céu e da Terra.
A cada vez que respiro, todo o oxigênio do planeta deixa de ser o mesmo. Da mesma forma, se reciclo, planto uma árvore, deixo de ir de carro para ir de bike ou consumo menos, tudo isso representa um ganho à totalidade da vida que, na forma da unidade da natureza conosco, vai representar a nossa própria evolução, salvação e aprimoramento espiritual. Acrescente-se a tudo isso o fato de que o estresse e o “ressecamento” interior se dissipam, tornando a vida mais agradável e leve.
Clique Aqui e saiba mais sobre como participar dos Clubes da Seicho-No-Ie. Dê a si mesmo a oportunidade de se reconectar com a natureza, recebendo dela força espiritual.
Novas reverências, muito obrigado.
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