Quero proteger meus filhos!

Quero proteger meus filhos Quero proteger meus filhos! Com o advento da internet e dos smartfones, o acesso aos acontecimentos, independentemente da sua natureza, está literalmente na palma das nossas mãos. Temos vivenciado em tempo real diversos acontecimentos de natureza negativa e violenta como a agressão, o bullying, a pedofilia, a facilidade de acesso, de pessoas mal-intencionadas, aos nossos filhos. Qual deve ser nossa postura diante dessa situação de vulnerabilidade? Como proteger nossos filhos diante deste mundo que se apresenta cada vez mais perigoso?

Com o advento da internet e dos smartfones, o acesso aos acontecimentos, independentemente da sua natureza, está literalmente na palma das nossas mãos. Temos vivenciado em tempo real diversos acontecimentos de natureza negativa e violenta como a agressão, o bullying, a pedofilia, a facilidade de acesso, de pessoas mal-intencionadas, aos nossos filhos. Qual deve ser nossa postura diante dessa situação de vulnerabilidade? Como proteger nossos filhos diante deste mundo que se apresenta cada vez mais perigoso?

Para responder a estas questões é fundamental a compreensão das duas doutrinas fundamentais da Seicho-No-Ie. A primeira doutrina, também conhecida como Verdade Vertical, nos ensina que o mundo criado por Deus é perfeito e este mundo, apesar de ser invisível aos nossos olhos, é a fonte de todos os atributos espirituais de Deus. Além disso, em cada ser humano está alojada a Vida de Deus, a natureza divina que se manifesta através da voz da consciência e de ideias construtivas. A este mundo perfeito criado por Deus e a esta natureza divina alojada nos seres humanos podemos dar o nome de Essência. A segunda doutrina, também conhecida como Verdade Horizontal, nos ensina que este mundo visível aos nossos olhos é o mundo da manifestação da mente humana, também conhecido como mundo fenomênico, e podemos dar o nome de aparência. A Essência é perfeita, imutável, não sofre ação da mente humana. A aparência, que é o mundo que enxergamos com os nossos olhos, como sofre a ação da mente humana, pode manifestar a imperfeição, a carência, como consequência da lei mental “Semelhante atrai semelhante”, que atua neste mundo fenomênico. Mais esclarecimentos a respeito destas duas doutrinas fundamentais podem ser obtidos no capítulo 8 do livro A Verdade, volume suplementar de autoria do professor Masaharu Taniguchi.

 

A partir da compreensão destas duas doutrinas, devemos acreditar na natureza divina que se aloja nos nossos filhos e crer que a consciência do certo e errado é inerente à natureza humana. Qual é a importância desta crença? Ao vivermos o dia a dia com a certeza de que nossos filhos são filhos de Deus, como consequência da lei mental “Semelhante atrai semelhante”, nos conscientizamos de que somente coisas boas serão atraídas para a vida deles. Cabe aqui uma reflexão importante acerca desta segunda doutrina fundamental. Com qual atitude mental, ou qual o conteúdo mental, que nós vivemos nosso cotidiano? Neste sentido, é importante nos habituarmos a escolher e acessar conteúdos externos, tais como programas de TV, livros, filmes, sites, todos aderentes a valores positivos. Além disso, mesmo que evidenciemos um mundo onde se manifestam aspectos imperfeitos, devemos disciplinar nossa mente através das três práticas religiosas importantes da Seicho-No-Ie (Meditação Shinsokan, leitura de livros da Seicho-No-Ie, sutras sagradas e cantos em louvor, prática de amor e caridade) para evitar que pensamentos não condizentes com a nossa natureza preencham o nosso cotidiano, tais como a preocupação, a ansiedade e o medo.

 

Se nossos filhos já estão manifestando eventualmente condutas ou desejos impróprios, não devemos nos apegar a eles, pois o apego atrai situações indesejáveis. Sugiro também a leitura do capítulo 6 do livro A Verdade da Vida, vol. 13 que explica acerca dos verdadeiros valores do ser humano. Neste capítulo, no tocante a educação dos filhos, o professor Masaharu Taniguchi nos remete a outra importante reflexão acerca da liberdade: “Se um pai ou uma mãe mantiver seu filho preso a regras rigorosas, ameaçando castigá-lo se ele não lhe obedecer, essa criança se tornará insegura e amedrontada”, crescendo com complexos de inferioridades e serão incapazes de manifestar seus talentos e virtudes na vida adulta. “Aos olhos de terceiros, ela parecerá uma criança comportada, mas não será uma criança realmente boa”. Para que possamos criar filhos realmente bons, devemos deixá-los livres, respeitando a personalidade deles. Desta forma, eles irão manifestar espontaneamente sua verdadeira natureza que é o bem. “O verdadeiro bem é aquele que brota naturalmente do interior do ser humano. Os lares que geram crianças revoltadas e jovens delinquentes são lares onde existe alguma forma de cerceamento e supressão da liberdade.”

 

Além da liberdade, é fundamental que a atmosfera do lar seja permeada de harmonia e amor, onde nós, pais, devemos manifestar esses sentimentos através de gestos e elogios. Neste sentido, a harmonia conjugal entra como outra importante reflexão. Se os pais não conduzem a vida conjugal com harmonia, cooperação mútua, amizade, cumplicidade e respeito, os filhos passam a buscar, fora de casa, atividades não condizentes. Isso ocorre como uma fuga, um desejo de autopunição, ou por estarem se sentido muito solitários dentro de casa, devido à desarmonia dos pais. No livro Pedagogia da Seicho-No-Ie, o professor Masaharu Taniguchi nos ensina que “para educar bem os filhos, os próprios pais devem ter uma conduta exemplar”. Os maus exemplos contribuem para gerar sentimento de revolta nos filhos, e eles passam a buscar más companhias fora do lar.

 

Para terminar, também conforme nos ensina o professor Masaharu Taniguchi -, neste mesmo livro Pedagogia da Seicho-No-Ie, “nós devemos fazer com que os nossos filhos acreditem firmemente em Deus como um Ser amoroso e protetor”, voltando nossa crença à Verdade Vertical. “Por mais forte e corajoso que seja um indivíduo, se não acredita na proteção de Deus e não conta com o apoio da Grande Vida infinitamente poderosa, perderá o ânimo diante dos desafios da vida” e nutrirá medo. O medo gera baixa autoconfiança, a ponto da criança ou dos jovens não conseguirem dizer “não” diante de ofertas impróprias do mundo a nossa volta. Desta forma, o lar deve estar permeado de valores religiosos, onde devemos incentivar os nossos filhos também na prática das orações, para aumentar cada vez mais essa crença em Deus que não cria más situações.


Autor (a): Marcelo Naoki Onodera