Sabe quando vemos aquelas fotos de embalagens que foram encontradas na natureza muito tempo depois de terem sido descartadas? Isso só mostra o quanto deixamos pegadas no mundo, né? Além disso, também ficamos chateados quando nos deparamos com mercados que embalam frutas e legumes em várias camadas de plástico, e logo pensamos “a natureza é perfeita, ela já produz a própria embalagem, que é a casca do alimento, para quê o plástico?”. Mas acabamos tendo uma atitude muito semelhante na hora de descartar esse tipo de alimento: colocamos os resíduos dentro de sacolinhas e mandamos para os aterros sanitários. No entanto, é importante pensarmos que o processo decomposição de um alimento nem sempre significa o fim de sua vida útil, pois, se permitirmos, ele ainda pode cumprir um novo ciclo.
Por mais que pensemos que o lixo orgânico não é tão problemático, imagina só todo mundo descartando a sua parcela? Em grande escala, isso pode ter várias implicações como, por exemplo, a contaminação do solo e a emissão de gases do efeito estufa. E foi tentando fazer parte da solução para essas questões, e pela gratidão aos alimentos que passam pela minha cozinha, que decidi começar a compostar! É uma forma de dar outra vida aos nossos resíduos e ainda, de graça, receber adubo para as nossas plantinhas.
A compostagem é uma prática que vai puxando bons hábitos: quando começamos a lidar com o próprio lixo, percebemos quais alimentos e em quais momentos estamos desperdiçando, assim, conseguimos mudar certos costumes; ressignificamos a alimentação, pois, em determinadas formas de compostar, não é possível colocar carnes em geral, então é algo que, se sobrar, não será aproveitado na composteira, o que nos faz repensar o consumo desse tipo de alimento; e até criamos um senso de comunidade, porque a quantidade de adubo líquido que a composteira produz é bem generosa, o que nos permite utilizar nas nossas plantinhas e ainda oferecer aos vizinhos.
Por meio do musubi entre todos os membros da casa, e do mendokusai de cuidar da composteira, a compostagem é um recurso extremamente benéfico e prático. Muitos pensam que ela produz cheiro desagradável ou que muda muito a rotina dos familiares, mas, na verdade, não! Só sentimos o cheiro quando a composteira está aberta e não é desagradável, é apenas de conteúdo fermentado.
A prática de compostar pode ser também um incentivo para quem mora com a gente: na minha experiência, por exemplo, os meus familiares ficam felizes em fazer parte, tendo a oportunidade de dar outro significado aos resíduos deles também. É uma prática que une a família e nos enche de orgulho, com a sensação de estarmos agindo em conformidade com a nossa natureza divina e com o cidadão ético que habita dentro de nós!
Confira abaixo o vídeo com o processo da compostagem de forma anaeróbica: