água manifestação da Vida

Água: Manifestação da Vida de Deus

Fonte de Luz, 548 - Outubro/15

Na edição anterior, mostramos que a base para a construção de uma nova civilização está na compreensão e distinção de duas verdades básicas estudadas na Seicho-No-Ie: Verdade vertical, que é a Imagem Verdadeira, e a Verdade horizontal, que se trata do mundo fenomênico.

Na sequência, abordamos sobre a questão do desafio da gestão dos recursos hídricos com o problema do declínio dos lençóis freáticos no mundo e, naturalmente, sobre as prováveis consequências nas relações entre os países.

No entanto, esse é um assunto longe de ser unanimidade entre os cientistas, estudiosos sobre o tema e pessoas leigas. Por exemplo, embora muito se fale sobre a “escassez de água”, provavelmente essa é uma expressão que faz muito mais sentido para as pessoas que vivenciam uma situação de estiagem prolongada do que para quem vive uma situação de chuvas intensas.

A quantidade de água no planeta, não mudou, o que está ocorrendo é que com a alteração da distribuição geográfica das chuvas, essa situação acabou gerando seca em algumas áreas e excesso de chuvas em outras. Trata-se de uma reação da natureza à ação humana, especialmente quanto à produção de CO2 além da capacidade de regeneração atmosférica terrestre.

Também há o uso inadequado da água, extraída dos rios e mananciais em quantidades superiores à capacidade natural de recarga. Trata-se de uma ação para abastecer as atividades humanas em seus diversos campos: agricultura, indústria, cidades etc. Esta ação resolve os problemas a curto prazo, mas cria outros maiores a longo prazo.

A mensagem do clima

O problema da questão ambiental torna-se mais perceptível à medida que as alterações climáticas afetam o cotidiano das pessoas. Esse assunto é tão importante que é tratado mundialmente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, criado em 1988 a partir da percepção de que a ação humana exerce influência sobre o clima, que, por sua vez, tem se manifestado de formas extremas: vendavais, inundações, secas, tempestades e furacões.

Muitos cientistas afirmam que, no Brasil, esses fenômenos têm se manifestado com a ocorrência de inundações no Sul, no Norte e no Nordeste e com a seca prolongada no Sudeste, ameaçando o abastecimento de água para milhões de pessoas. Essa situação tem origem nos hábitos de consumo e na escolha de fontes de energia.

A Terra é um local de aprendizado, em que utilizamos recursos naturais e os meios de energia nas atividades domésticas, industriais, agrícolas, esportivas e até mesmo religiosas, cujo consumo resulta na produção de resíduos industriais e urbanos, tanto sólidos como líquidos. Por exemplo, o preparo de alimentos gera resíduos sólidos e líquidos, e a queima do gás de cozinha libera gás carbônico para a atmosfera.

Ocorre que, nos últimos 150 anos, o desenvolvimento da atividade humana foi tão elevado que superou a capacidade de regeneração do planeta, forçando-o a reagir em busca de novo equilíbrio ambiental.

O prof. Seicho Taniguchi, no livro Viver com Alegria, alerta sobre a reação do planeta e os sinais que este está emitindo para a humanidade. Nossa civilização se desenvolveu utilizando recursos do subsolo, como petróleo, gás natural e carvão mineral, e a transferência dos resíduos de sua queima para a atmosfera tem causado alterações climáticas com impacto principalmente no aquecimento global, na intensidade e distribuição das chuvas e na produção de alimentos.

Por meio do clima, o planeta se manifesta nos sugerindo ajuste de conduta e revisão no relacionamento com a natureza. A Terra está nos pedindo socorro e nós podemos prover essa ajuda, estimulando o espírito de gratidão a todas as coisas, reconhecendo e despertando nossa origem divina e manifestando amor à natureza e a todos os seres vivos.

Além disso, podemos estimular o uso de fontes renováveis de energia, substituir os combustíveis fósseis por biocombustíveis, captar e utilizar a água da chuva, aproveitar a energia solar para aquecimento e geração de energia elétrica, bem como utilizar tecnologias disponíveis para a redução do consumo de energia.

Isso é exatamente o que nos orienta o prof. Seicho Taniguchi no livro Viver com Alegria, pp. 43 e 44:

A lamentável situação descrita no tópico anterior é consequência da insensatez da humanidade, que, ao longo dos tempos, vem agredindo e destruindo a flora e a fauna. Começou a se manifestar concretamente na Terra, em grande escala, o efeito da lei mental, segundo a qual “quem pratica o mal sofre más consequências”. Os homens destruíram a natureza em vez de conviver em harmonia com ela.

(…) Para evitar que o mundo continue nesse rumo, devemos nos empenhar ao máximo em cultivar o amor, cuidar da natureza e conviver com tudo e com todos, visando a mútua vivificação e doação. Mesmo um simples lápis deve ser usado até se tornar um toquinho. Não devemos jogar papéis e sacos plásticos em qualquer lugar, nem atirar latas vazias na rua ou na beira da estrada, achando que alguém dará um jeito neles. A incineração desses lixos requer uma grande quantidade de energia e o pior é que produz gases tóxicos.

Também é importante não deixar sobras de comida. Todos os bens e objetos pessoais – carros, filmes, cadernos, pilhas etc. – também devem ser usados com máximo proveito.

Com isso, caminharemos em busca de maior harmonia entre Deus, natureza e homem, e estaremos contribuindo objetivamente para a construção de uma nova civilização.

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