Olá! Meu nome é Valéria Aparecida Batista, sou preletora da Seicho-No-Ie e venho compartilhar uma experiência de grande êxito na prática dos ensinamentos desta doutrina maravilhosa.

Em 1998, eu já conhecia os Ensinamentos da Seicho-No-Ie e estava me habituando a colocá-los em prática. Estava passando por um momento difícil no relacionamento conjugal; meu marido e eu estávamos em total desarmonia.

Certo dia, meu filho Jean, então com quatro anos, começou a apresentar febre. Levei-o ao pronto-socorro, e o diagnóstico foi início de pneumonia. O pediatra receitou um antibiótico e orientou para levá-lo ao hospital novamente, se não melhorasse. Assim, passei a ministrar o remédio, mas sem sucesso. Meu filho não engolia o medicamento, cuspia tudo… No dia seguinte, a febre estava ainda mais alta e então resolvi voltar ao hospital. Desta vez, realizaram um exame de raio-x, e mediante o resultado o médico achou melhor internar meu filho, pois, a pneumonia havia piorado e era necessário ministrar o antibiótico por injeção intravenosa.

Fiquei desesperada. Não era fácil ficar com uma criança dentro de um quarto de hospital. Ele dormia muito e não melhorava. No quinto dia de internação, quase finalizando o período do medicamento, Jean ainda tinha febre.

O médico pediu então outro raio-x, e qual não foi a nossa surpresa quando se constatou que meu filho estava com água no pulmão. Seria necessário fazer uma punção, ou seja, retirar a água que estava no pulmão; o que só poderia ser feito na manhã seguinte. O médico me explicou que seria colocada uma agulha fina e longa na lateral do pulmão, por onde seria puxada a água contida ali. Fiquei apavorada, imaginando meu filho tão pequeno, com apenas quatro anos, passando por isso.

Quando o médico saiu, liguei para minha mãe, que também já estava envolvida nas práticas da Seicho-No-Ie e participava de cursos na Sede Central.  Ao me ver naquela situação, ela se lembrou de uma aula que assistiu do Preletor Heitor Miyazaki, quando ele disse que água no pulmão era sinal de mágoa. Minha mãe disse: “Você, minha filha, deve estar magoada, e seu filho está refletindo essa sua tristeza… Reflita sobre quem você precisa perdoar neste momento e faça agora a oração. Reconcilie-se, do fundo do seu coração!”

Enquanto ela me orientava, eu já sabia com quem eu estava extremamente ferida e magoada: com meu marido. Há tempos nós estávamos nos desentendendo, chegando ao ponto de ficarmos sem conversar um com o outro. Cheguei a dormir nos pés da cama, de raiva dele. Nosso relacionamento estava realmente muito difícil.

Comecei a fazer a oração para reconciliar. À noite, meu marido apareceu no hospital, para ver o filho. Quando o vi, fui logo dizendo: “Vamos realizar, juntos, a Oração para Reconciliar!”

Assim começamos a fazer a oração, juntos, de mãos dadas. Pedi para ele repetir as palavras da oração que eu pronunciava em voz alta. Fui assim lendo as palavras da Oração para reconciliar que consta no livreto Shinsokan” e outras orações: meditação para contemplar a Deus[1].  No início, as palavras saiam automaticamente e eu não conseguia olhar para meu esposo; desviava o olhar para todos os lados. Fui falando, até o momento em que finalmente me virei para ele e encontrei o seu olhar… naquele instante em que nossos olhos se cruzaram, fui tomada de um intenso sentimento de gratidão e amor pelo meu marido. Parecia que estava vendo meu marido de volta, aquele homem por quem um dia me apaixonei. Naquele momento, parecia que existíamos só nós dois no mundo.

Ficamos assim, orando e olhando um para o outro, com amor, durante uns vinte minutos. Finalizamos a prática juntos, coração com coração. Meu filho, que estava na cama do hospital, olhava para nós dois e ria, ria muito, achando engraçada aquela cena. Acho que ele estava feliz vendo os pais em harmonia. Encerramos a prática, sem que nenhuma enfermeira entrasse no quarto. Meu marido logo em seguida foi para casa.

No dia seguinte, logo cedo, meu filho já quis descer da cama e ficou no chão, brincando com seu carrinho. Quando o médico especialista chegou para realizar o procedimento, ficou surpreso ao ver que a criança estava tão esperta, disposta, brincando fora da cama. Pediu que o enfermeiro fizesse um novo raio-x, pois era estranho uma criança com água no pulmão estar tão bem disposta daquela forma. No novo exame, o pulmão do meu filho apareceu limpo; sem nenhum vestígio de água no pulmão. Dois dias depois, meu filho saiu do hospital, sem problema algum. Por um bom tempo guardei aqueles exames; um que mostrava o pulmão com a infiltração de água, e o outro, com pulmão limpo.

Externo aqui a minha eterna gratidão a Deus, ao Sagrado Mestre Masaharu Taniguchi, aos meus antepassados, à minha mãe, Honorina Batista, e pela sábia orientação passada pelo Preletor Heitor Miyazaki. Agradeço especialmente ao meu marido que, sem titubear, aceitou realizar aquela prática da oração para reconciliar, naquele momento, num quarto de hospital. Agradeço ainda e, principalmente, ao meu querido filho Jean, que por meio desta experiência nos proporcionou a oportunidade de nos reconciliar e restabelecer a harmonia em nosso lar. Muito obrigada.

 

[1] TANIGUCHI. Masaharu (2007). Shinsokan e outras Orações: meditação para contemplar a Deus. 35. Ed. São Paulo: SEICHO-NO-IE DO BRASIL, p.34.
Valéria Aparecida Batista

A saúde do filho é reflexo do estado mental dos pais. Mulher Feliz. São Paulo. Ago.2021. Vivência. pp. 27-28.