A bússola na educação

GettyImages 918371876 A bússola na educação  

Pai e mãe na educação

Dizem por aí que educar um filho não é fácil. Os pais sabem realmente o que significa educar, dar formação e transmitir valores?

Temos sido ensinados há gerações que o modelo de família ideal é composto por pai, mãe e filhos. Como viver quando uma situação de ausência paterna acontece? Será que uma família pode, realmente, viver sem qualquer tipo de problemas, mesmo que o pai esteja ausente?

São vários os motivos que levariam uma família a viver sem a presença paterna: morte, separação, situação em que o homem não quis assumir a responsabilidade do filho. Todos esses fatores geram sentimentos confusos na cabeça do filho. Independentemente da idade, pode viver a raiva, a frustração e o desconsolo.

 

Como educar um filho sem a figura paterna no lar?

De fato, pai e mãe têm papéis diferentes, mas complementares, na educação.

A mãe dedica-se ao filho incondicionalmente desde que o acolheu em seu ventre e o gerou. Demonstra seu amor sem nenhum esforço e até realiza tarefas que exigem dela muita abnegação: troca as fraldas sujas do bebê, acorda no meio da noite para ver se o filho está bem, envolve o filho com amor e dá ao filho tudo o que ele deseja. A isso denominamos função materna.

Por outro lado, o pai faz considerações mais racionais. Cultiva o bom senso na criança e a orienta objetivando seu futuro. A isso denominamos função paterna. Dizem que quando o pai se envolve mais ativamente na educação dos filhos, eles tendem a se “sair melhor” na vida.

Sendo educado com equilíbrio entre materno e paterno, o ser humano desenvolverá uma personalidade dócil e tranquila e ao mesmo tempo saberá agir com determinação e objetividade.

Por essa razão, especialistas chegam a alegar que a ausência paterna pode gerar graves transtornos na adolescência e, por esses adolescentes não conseguirem construir sua própria identidade, podem acabar sentindo insegurança, solidão ou depressão, não têm sucesso na escola e até se envolvem com vícios. Essa não é uma regra de ouro, mas há um alto índice de jovens que passam por essas situações e vivem, comprovadamente, a  ausência paterna.

Mas será que somente o pai é quem pode exercer o papel paterno na educação?

Somos seres, de certa forma, andrógenos. Temos em nós a natureza yang (ativa) e yin (passiva) concomitantemente. Dessa forma, a mãe também pode pensar de forma racional (função paterna) e o pai também possui em seu interior o amor incondicional (função materna).

Se o pai está ausente, não importa qual tenha sido o motivo, caberá à mãe orientar o filho nas escolhas e decisões, incentivá-lo a enfrentar os desafios do dia a dia e, ao mesmo tempo, acolhê-lo com amor profundo e afetuoso.

A mãe não deve ensinar seu filho a queixar-se do presente por conta do passado ou lamentar-se pelas perdas. Deve orientá-lo no caminho do amor e do perdão. O filho deve sentir que é um tesouro insubstituível.

Quando olhamos o outro com sentimento verdadeiro, desaparece aquela imagem má, carregada de julgamento. Na essência “eu e o outro somos um”. Esse é o verdadeiro olhar que cura. O olhar de Deus.

 

Paterno e materno na educação

 

A maneira correta de educar consiste em proibir e elogiar adequadamente”.

Do livro Assim se Concretiza o Amor, 1ª. Ed., p. 21, Masaharu Taniguchi

 

Quando o filho vive entre limites (função paterna) e elogios (função materna), ele sente que sua educação está completa, mesmo que somente a mãe seja a educadora que, como falamos anteriormente, não tem a função de dar a ele somente prazer, conforto e bem-estar.

Quando a mãe compreende que deve também exercer o papel paterno na educação, ela se torna uma verdadeira bússola para seu filho e desempenha papel fundamental em sua formação.

A mulher é vigorosa, forte e determinada. Tem dentro de si o infinito. Agir equilibrando as funções materna e paterna naturalmente levará o filho a despertar em seu coração a verdadeira gratidão pela vida e pela família.

Lembre-se, por mais bonita e delicada, uma flor nunca é fraca. Mulher, manifeste plenamente sua vida de flor.

 

Iara Regina Colombo
A bússola na Educação. Mulher Feliz. São Paulo, jun./2019. Ser Mãe, pp.23-24.

Marie Murakami

Marie iniciou sua caminhada na Seicho-No-Ie em 1953, ainda na Reunião de Crianças, e desde então dedicou toda uma vida ao movimento: coordenou departamentos infantil e feminino, atuou na Associação dos Jovens da Seicho-No-Ie nacional e tornou-se uma das principais lideranças da Pomba Branca, presidindo-a por 16 anos. Líder da Iluminação desde 1985, foi Diretora da SEICHO-NO-IE DO BRASIL, Preletora da Sede Internacional e, entre 2008 e 2014, ocupou o mais alto posto administrativo como Diretora-Presidente da SEICHO-NO-IE DO BRASIL. Hoje atua no Gabinete da Diretoria como Secretária para Assuntos Internacionais, preservando e expandindo laços globais do ensinamento.
Na vida profissional, foi professora, atuou em Recursos Humanos, empreendeu e ocupou cargos executivos dentro da própria SEICHO-NO-IE DO BRASIL. Marie representa uma linhagem de serviço, liderança e serenidade rara, uma verdadeira guardiã da história, que inspira mulheres a liderarem com fé, devoção e presença luminosa.