Pai e mãe na educação
Dizem por aí que educar um filho não é fácil. Os pais sabem realmente o que significa educar, dar formação e transmitir valores?
Temos sido ensinados há gerações que o modelo de família ideal é composto por pai, mãe e filhos. Como viver quando uma situação de ausência paterna acontece? Será que uma família pode, realmente, viver sem qualquer tipo de problemas, mesmo que o pai esteja ausente?
São vários os motivos que levariam uma família a viver sem a presença paterna: morte, separação, situação em que o homem não quis assumir a responsabilidade do filho. Todos esses fatores geram sentimentos confusos na cabeça do filho. Independentemente da idade, pode viver a raiva, a frustração e o desconsolo.
Como educar um filho sem a figura paterna no lar?
De fato, pai e mãe têm papéis diferentes, mas complementares, na educação.
A mãe dedica-se ao filho incondicionalmente desde que o acolheu em seu ventre e o gerou. Demonstra seu amor sem nenhum esforço e até realiza tarefas que exigem dela muita abnegação: troca as fraldas sujas do bebê, acorda no meio da noite para ver se o filho está bem, envolve o filho com amor e dá ao filho tudo o que ele deseja. A isso denominamos função materna.
Por outro lado, o pai faz considerações mais racionais. Cultiva o bom senso na criança e a orienta objetivando seu futuro. A isso denominamos função paterna. Dizem que quando o pai se envolve mais ativamente na educação dos filhos, eles tendem a se “sair melhor” na vida.
Sendo educado com equilíbrio entre materno e paterno, o ser humano desenvolverá uma personalidade dócil e tranquila e ao mesmo tempo saberá agir com determinação e objetividade.
Por essa razão, especialistas chegam a alegar que a ausência paterna pode gerar graves transtornos na adolescência e, por esses adolescentes não conseguirem construir sua própria identidade, podem acabar sentindo insegurança, solidão ou depressão, não têm sucesso na escola e até se envolvem com vícios. Essa não é uma regra de ouro, mas há um alto índice de jovens que passam por essas situações e vivem, comprovadamente, a ausência paterna.
Mas será que somente o pai é quem pode exercer o papel paterno na educação?
Somos seres, de certa forma, andrógenos. Temos em nós a natureza yang (ativa) e yin (passiva) concomitantemente. Dessa forma, a mãe também pode pensar de forma racional (função paterna) e o pai também possui em seu interior o amor incondicional (função materna).
Se o pai está ausente, não importa qual tenha sido o motivo, caberá à mãe orientar o filho nas escolhas e decisões, incentivá-lo a enfrentar os desafios do dia a dia e, ao mesmo tempo, acolhê-lo com amor profundo e afetuoso.
A mãe não deve ensinar seu filho a queixar-se do presente por conta do passado ou lamentar-se pelas perdas. Deve orientá-lo no caminho do amor e do perdão. O filho deve sentir que é um tesouro insubstituível.
Quando olhamos o outro com sentimento verdadeiro, desaparece aquela imagem má, carregada de julgamento. Na essência “eu e o outro somos um”. Esse é o verdadeiro olhar que cura. O olhar de Deus.
Paterno e materno na educação
“ A maneira correta de educar consiste em proibir e elogiar adequadamente”.
Do livro Assim se Concretiza o Amor, 1ª. Ed., p. 21, Masaharu Taniguchi
Quando o filho vive entre limites (função paterna) e elogios (função materna), ele sente que sua educação está completa, mesmo que somente a mãe seja a educadora que, como falamos anteriormente, não tem a função de dar a ele somente prazer, conforto e bem-estar.
Quando a mãe compreende que deve também exercer o papel paterno na educação, ela se torna uma verdadeira bússola para seu filho e desempenha papel fundamental em sua formação.
A mulher é vigorosa, forte e determinada. Tem dentro de si o infinito. Agir equilibrando as funções materna e paterna naturalmente levará o filho a despertar em seu coração a verdadeira gratidão pela vida e pela família.
Lembre-se, por mais bonita e delicada, uma flor nunca é fraca. Mulher, manifeste plenamente sua vida de flor.