Meu nome é Giulia de Toledo Fontes, tenho 21 anos, sou Divulgadora na Regional SP-CAMPINAS, estudante de Nutrição na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e vegetariana. Fui convidada a contar um pouquinho da minha trajetória com a alimentação para vocês, vamos lá?
Para começar, acho importante explicar a minha visão sobre a alimentação. Existe um trecho do livro Nutrição Comportamental (1) com o qual me identifico bastante, que diz assim: “Nós esquecemos que, historicamente, pessoas comem por diversas outras razões que não as necessidades biológicas. Comida é também prazer, comunidade, família, espiritualidade, relacionamento com o mundo natural e também é a expressão da nossa identidade”. Ou seja, a alimentação vai muito além dos nutrientes e está intimamente relacionada com as nossas crenças e modo de viver.
Esse trecho me toca muito porque resume o que estou aprendendo na minha trajetória. Passei de uma adolescente que tinha uma alimentação bem limitada, para uma pessoa apaixonada por alimentos.
A minha mudança alimentar foi gradual, começou em 2017, quando percebi que, se eu quisesse ter uma vida longa e saudável, precisaria melhorar meus hábitos alimentares e fazer o que é o “mendokusai” (trabalhoso), como aprendemos na Seicho-No-Ie. Assim, comecei a experimentar vegetais que eu dizia não conseguir comer, passei a ir para a cozinha com mais frequência, fui expandindo meu paladar, valorizando e gostando de uma quantidade maior de alimentos, testando novas receitas e me envolvendo com a escolha e preparo das refeições.
No início de 2018, com a prática diária da Meditação Shinsokan e pesquisas sobre vegetarianismo e alimentação, decidi que já estava pronta para dar um passo maior na direção do que eu realmente acredito: me tornei vegetariana. Assim, em abril de 2022, completei 4 anos de ovolactovegetarianismo, com uma alimentação muito mais consciente, variada e prazerosa.
A maior dica que posso dar a quem deseja se tornar vegetariano(a) é que o vegetarianismo é muito mais sobre incluir alimentos na dieta do que excluí-los. Então, a melhor forma de começar é:
– Passar a consumir a maior variedade possível de vegetais, cereais, leguminosas e oleaginosas no cotidiano, desde o café da manhã até o jantar;
– Aprender a gostar de cozinhar suas refeições;
– Fazer compras em feiras, sacolões ou comprar de pequenos agricultores – prefira comprar os alimentos da estação, que tem um preço mais baixo, menos agrotóxicos e são nutricionalmente mais ricos;
– Buscar acompanhamento de um(a) nutricionista;
– E sempre se lembrar do propósito maior da sua decisão. Somos uma só Vida!
(1) ALVARENGA, Marle; FIGUEIREDO, Manoela; TIMERMAN, Fernanda; ANTONACCIO, Cynthia (orgs.) Nutrição Comportamental. 1ª ed. digital. São Paulo: Manole, 2016.