Por incrível que possa parecer, muitas pessoas não conseguem perceber a diferença entre elogiar e bajular.

Quando falamos sobre a importância do elogio na condução da educação não estamos nos referindo a bajular com “interesses pessoais”, mas sim, por meio do elogio sincero, fazer manifestar a natureza divina existente no interior de todas as pessoas.

Algumas pessoas poderiam nos perguntar: Como é possível perceber se o elogio foi sincero ou não? Para isso, aprendemos na Seicho-No-Ie que as palavras, quando preferidas, possuem uma determinada vibração e que é sim possível sentir essa vibração. Isso sem falar que não devemos subestimar a inteligência de nosso interlocutor. Quando optamos por apontar os defeitos de uma pessoa ao invés de elogiá-la, ainda que com “boa intenção”, o resultado pode não ser o esperado, isso sem falar que, conscientemente, quem fica feliz quando lhe apontam a ferida?

O professor Seicho Taniguchi no livro Entrada para o mundo de Deus nos ensina que “palavras de elogio estimulam as pessoas, enquanto repreensões e críticas as desanimam. Quando uma pessoa é criticada por um defeito, embora admita esse defeito, não consegue conter o sentimento de revolta. O pior é que não consegue corrigir logo esse defeito e, ao se tornar alvo de críticas, passa a acreditar ‘Eu valho só isso mesmo’, fecha-se dentro de si própria e não procura manifestar a sua verdadeira capacidade”.

Diante de tais reflexões, poderíamos pensar: Como faço então para corrigir uma pessoa na tarefa de educar? Aplicando a Educação da Vida, aprendemos que existe uma poderosa estratégia quando temos essa importante tarefa, que é colocar-se no lugar do outro, ou seja, “da forma como estou falando com o outro é como eu gostaria que falassem comigo? Da forma que estou agindo com o outro é como eu gostaria que agissem comigo?”. Se a resposta for negativa reflita, pois a probabilidade de ter errado na condução da correção será bem grande. Por outro lado, se a resposta for afirmativa, a probabilidade de ter acertado também será bem grande.

Alerta ainda o professor Seicho Taniguchi que as “repreensões não contribuem para melhorar as pessoas. É preciso reparar nos pontos positivos delas, agradecer e elogiá-las. Assim, pelo poder da palavra, elas exteriorizarão ainda mais a sua capacidade latente”. Inúmeros pais e professores que estão aplicando a Educação da Vida têm nos relatado que hoje conseguem perceber a educação como uma “via de mão dupla”, ou seja, aprendem ao mesmo tempo ensinam.

 

Referência bibliográfica:

TANIGUCHI, Seicho. Entrada para o mundo de Deus. SEICHO-NO-IE DO BRASIL, 3ª impressão, 2015, página 197.

 

Escrito por Luis Antonio Gomes

Artigo publicado em: Revista Fonte de Luz – Ano LIV - Nº591 – Março/2019 - pp. 26-27 – Seção: Educação da Vida em Família