Muito obrigado! Olá! Papai, mamãe, titio, titia, vovô, vovó, e também educadores do meu Brasil, as nossas queridas educadoras, professores e professoras do nosso Brasil. Estamos aqui, nesse espaço maravilhoso dos Educadores da SEICHO-NO-IE DO BRASIL, para falar sobre educação. Educação da Vida e as redes sociais. Essa questão de rede social está mesmo pegando bastante forte, não é verdade? A gente sabe que hoje em dia muita gente tem acesso a tablet, celulares, cada vez mais celulares e celulares e celulares. Cada vez mais cedo as crianças estão tomando contato com celular; eu vejo mamães, papais, vovó, vovô, dando um celularzinho para seu bebezinho e achando que aquilo é o máximo, que a criança aprende muito rápido; “nossa, que coisa fantástica, né, como ele aprende rápido, ele aprendeu a mexer mais rápido que eu”, e se orgulha disso. Meu Deus! Aonde nós estamos indo? Será que o Marcos é uma pessoa ultrapassada, que vai falar, vai se posicionar contra a tecnologia, e por tabela as redes sociais? Será que eu, Marcos, de repente resolvi olhar para esses equipamentos com certa desconfiança e dizer que eles realmente estão causando um grande mal para nossas crianças?
Um grande bem, sem dúvida, algumas redes sociais causam. O impacto positivo delas é maravilhoso, como a gente pode, a partir da rede social criar um veículo muito grande de disseminação de ideias maravilhosas, mas também se pode disseminar as tais das fake news (notícias falsas), viciar as pessoas, viciar as crianças e os filhos, e ficar viciados naquele mecanismo da rede social.
E por que isso acontece? Por que será que a gente fica amarrado nessa situação? Existem já várias pessoas estudando – universidades seríssimas – os efeitos da exposição precipitada aos computadores, tablets, e principalmente agora os smartphones. Também existem muitos estudos que mostram as consequências dessa exposição cedo, e a gente vai falar um pouquinho também das redes sociais, que são muito boas por um lado, e também muito maléficas por outro lado. Por um lado, elas podem ajudar a prevenir violência, por exemplo, mas por outro lado também, elas podem deliberadamente, ou seja, de caso pensado, como diriam os antigos, propositalmente enviar uma infinidade de falsas notícias.
Aliás, uma boa notícia aconteceu recentemente, quando grandes empresas, gigantescas empresas mundiais, multinacionais se reuniram com uma rede social conhecidíssima dos brasileiros, porque somos um país viciado nessa rede social. Se reuniram com executivos dessa rede social e disseram: nós vamos retirar todo o investimento publicitário na sua rede social. Ficaram apavorados, fizeram uma reunião, naquela reunião do “deixa disso”. A rede social não apresentou nada de concreto, e o que eles desejavam – as grandes empresas multinacionais – que essa rede parasse de usar os robôs que ela tem pra propagação de fake news, de falsas notícias; Pressionaram e eles foram com um plano, vazio, inócuo, e as grandes multinacionais retiraram o dinheiro dessa rede social, que ficou apavorada e agora começou – são notícias recentes, não sei quando você está lendo esse texto –, começou a ir atrás de pessoas e de gente que também tem robôs que propagam fake news. Mas a rede social gostava desse movimento, né? Agora, claro, essa iniciativa foi das grandes empresas, das grandes multinacionais, deveria ter sido nossa. Nós é que deveríamos ter dado um basta nessa história toda, tá bom?
Então, eu já dou uma introdução assim para dar uma chocada em você educador, educadora, você que é papai, mamãe, vovó, titio, titia, e eu vou me basear aqui em dois livros: o “Educação do filho de Deus volume 1”, escrito pelo professor Keiyo Kanuma. Claro que na época do professor Keiyo Kanuma não existia rede social, nem existia internet nem nada, mas a gente consegue fazer aí uma interrelação com o pensamento que ele traz aqui no livro; e vou usar também o “Educação do filho de Deus volume 2”, todos os livros disponíveis na nossa livraria virtual (livrariasni.org.br). Estes e outros tantos livros.
Vou me basear também num artigo que está na revista Fonte de Luz, que é uma revista direcionada a família e aos homens também – revista de dezembro de 2019 –, eu escrevi esse artigo. Não estou trazendo porque eu escrevi em si, mas porque fiz uma pesquisa a partir do pedido de uns amigos que trabalham na Associação Fraternidade, para escrever um pouquinho a respeito dessa questão, do impacto das redes sociais e das mídias eletrônicas na vida das pessoas. Fiz essa pesquisa e eu quero trazer aqui para vocês.
Então, vejam só: a pergunta que eu começo a fazer aqui foi a pergunta que eu fiz a vocês: o que está acontecendo? Papai, titio, vovó; etc. utilizando o celular para hipnotizar crianças. Vamos falar, desde o início, dessa história toda. Estão “hipnotizando” crianças mesmo, comprando berços com suportes para smartphones e para tablets. Vão a um restaurante e põem um tablet na frente da criança, enquanto os pais estão se alimentando, ou seja, os pais hoje não estão suportando mais serem frustrados. Essa é uma questão importante aqui. Não gostam de ser frustrados, é uma geração que parece que não quer ser frustrada. A frustração faz parte tanto do processo de desenvolvimento de uma criança, de um adolescente, de um pré-adolescente, de um adulto, assim como faz parte também, do pai e da mãe, porque ser pai e mãe também é abrir mão de certas coisas para cuidar da vida de Deus que está diante de você. Gestos como “eu te amo”, gestos como “olho no olho”, gestos como “eu estou aqui,’ ainda são extremamente necessários na vida do ser humano. Você não está criando um filho, educando um filho para você. Você está educando um filho para a humanidade. Que tipo de humanidade este filho vai construir se não tiver a presença dos pais, a presença mesmo física.
A frustração faz parte tanto do processo de desenvolvimento de uma criança, de um adolescente, de um pré-adolescente, de um adulto, assim como faz parte também, do pai e da mãe, porque ser pai e mãe também é abrir mão de certas coisas para cuidar da vida de Deus que está diante de você. Gestos como “eu te amo”, gestos como “olho no olho”, gestos como “eu estou aqui,’ ainda são extremamente necessários na vida do ser humano. Você não está criando um filho, educando um filho para você. Você está educando um filho para a humanidade.
É muito triste, mas já existe um movimento contrário a esse de pais e mães que adoram se exibir com o filho usando seu tablet na cara. Existem pais e mães que estão num movimento contrário a isso. Eles querem tirar o acesso dos filhos às redes sociais, aos tablets, aos celulares, e deixar isso acontecer lá pelos seus 15, 16 anos. “Ah, impossível!” alguns vão pensar. Sabe quem são esses pais e essas mães? Vou dizer aqui: os gurus digitais. Isso mesmo. Sabe quem são os gurus digitais? São os engenheiros, são os técnicos, que trabalham lá no Vale do Silício, nos Estados Unidos, e que justamente trabalham realizando a programação desses seus celulares, desses seus computadores. Está aqui na matéria. Fui buscar uma reportagem muito boa no “El País”, que é um jornal que você pode encontrar eletronicamente, e fui buscar a informação de um engenheiro chamado Pierre Laurent, que já trabalhou em grandes empresas, como a Microsoft, IBM, Intel. Esse Laurent diz assim: “Qualquer um que faz um aplicativo quer que seja fácil de usar”. Veja só, ele está dizendo de uma mudança de modelo.
Quando ele iniciou nessa carreira, existia um tipo de modelo de negócio por detrás dos aplicativos, redes sociais etc. Qual era o tipo de negócio? Ele diz que: “Qualquer um que faz um aplicativo quer que seja fácil de usar, é assim desde o começo, mas antes queríamos que o usuário ficasse feliz em comprar o produto. Olha só, a gente quer advertir a pessoa. A pessoa paga pelo aplicativo, baixa um joguinho, brinca e a gente quer que a pessoa fique feliz com isso”. Agora – estou falando de uma pessoa que tá falando lá de dentro da coisa, da IBM.
Então, enquanto os papaizinhos moderninhos carregam bercinhos e a vovozinha e o vovozinho dá o “tabletzinho” pra sua criancinha, ou coloca no berço, esses caras que estão por dentro do que está acontecendo, ou melhor, por dentro do que acontece por detrás da telinha que está hipnotizando a gente e o seu filho, estão dizendo o seguinte: no começo eles queriam divertir a pessoa, mas agora com o uso de smartphones e tablets o modelo de negócio é diferente. O produto é gratuito, mas são coletados dados e colocados anúncios portanto, o objetivo hoje é que o usuário passe cada vez mais tempo na rede social ou no aplicativo, afim de coletarem mais dados seus e colocarem mais anúncios; e mais ainda – que não estava nessa matéria do El País – conhecer o seu perfil de pessoa pra inclusive direcionar o seu perfil de pensamento.
Para você, por exemplo, escolher determinado candidato em detrimento do outro. Na verdade o que se chama inteligência artificial, é, ao usar os algoritmos, traçar seu perfil e mandar pra você somente mensagens que vão ao encontro daquilo que você pensa e não fazem você pensar diferente ou discutir aquilo que você pensa. “Será que o que eu penso está certo ou errado?” Fazer o famoso debate que a gente faz: o diálogo com o outro, porque a gente só cresce, só aprende, se se dialoga. E o diálogo existe justamente para que a gente reveja os nossos pensamentos, mas não é esse o propósito. E ele diz assim: “Ou seja, a razão de ser do aplicativo é que o usuário gaste o máximo de tempo possível diante da tela. Eles são projetados para isso.” Então, para que é projetada uma diversãozinha para criança? Não é simplesmente para diverti-la, nem educá-la somente.
Os aplicativos são feitos para que a criança fique cada vez mais viciada naquilo, para que a criança cada vez mais não consiga se livrar daquilo. Aí você vai estudar neurociência, você vai ver que aquilo tem a ver com conexões neurais, e aí vai longe. Veja só, a criança e até mesmo o adulto vão deixando rastros, a criança deixa rastro, o adulto deixa rastro, da utilização, e mais ainda, existe uma outra preocupação sendo estudada na Universidade de Harvard, onde os algoritmos passam também a controlar, ou a moldar, melhor dizendo, a personalidade da criança.
Eu vi, num outro dia, um meme bastante chocante desse estudo que fiz, com um grupo de crianças sentadas com um smartphone na mão onde uma cientista perguntava: “o que vocês estão vendo?”, “estamos vendo crianças brincando num celular”. Ela responde: “não, vocês estão vendo crianças sendo moldadas para agirem de acordo com o que o algoritmo quer”. Estamos vendo crianças usadas para agir conforme o algoritmo deseja. A criança não abre uma janela para a oportunidade. Ela restringe a janela mental dela, e através daquele mecanismo muito primário de estímulo e resposta a criança vai de repente, digamos assim, querendo agradar o algoritmo. Ou seja, se você aperta aqui, você vai para aquele lugar, se você vai para aquele outro lugar e aí não deu certo. Vão manipulando a mente da criança. Esse estudo da Universidade de Harvard chega a dizer, por exemplo, que daqui a alguns anos, essas crianças que estão hoje com 5 ou 6 anos, 7 aninhos de idade, ou menos até, porque estão mais precisamente expostas, aos celulares cada vez mais cedo, elas vão querer agradar o algoritmo.
Então, olha o que pode acontecer: pego o telefone celular e digo assim: Olha, hoje eu vou passear, para onde você acha que eu devo passear? Que roupa devo vestir? Isso é uma realidade que está diante de nós. Para que essa criança vai precisar do papai e da mamãe? Para que ela vai precisar de uma pessoa ao lado dela? Nós vamos formar pessoas totalmente centradas em si mesmas, egoístas e egocêntricas. Estou falando de uma exposição precoce.
Estou falando de um fator, claro que existem outros fatores que moldam a personalidade da criança. Mas ainda hoje se sabe que o contato físico, como por exemplo com a mãe, o cheiro, a cor do cabelo, o abraço, o afeto, existem pesquisas científicas de verdade, sérias, que mostram que isso, na primeira infância é o que determina a personalidade da pessoa. Não estou falando de algo que está indo de encontro a uma tendência. Estou falando de algo que a ciência nos está alertando. Então essa criança não vai mais precisar, por exemplo, de uma opinião de alguém. Isso na verdade já está acontecendo.
Estamos vendo conflitos acontecendo nos lares, na sua casa pode estar acontecendo isso, que a criança, o adolescente olha pro pai “esse aí não sabe nada”. Já havia conflito entre gerações, imagina agora onde a pessoa pode pensar o seguinte: “Como é que faz tal coisa? Vou perguntar aqui ao tal buscador”. E vamos ver o que o buscador diz. Eu não preciso mais consultar o outro ser humano.
Gente, isso é grave, isso está envolvido dentro do trabalho das redes sociais e dentro dos buscadores de internet. Eu estou dando um panorama geral do que acontece dentro desse mundo virtual. Vocês sabem qual é uma das pesquisas mais procuradas no Brasil dentro de um grande buscador aí? Como se faz arroz e feijão. Antes desse buscador você podia perguntar para alguém, a pessoa dava uma dica, você discutia. Não estou contra isso, porque assim, é maravilhoso não tenha dúvida, você tem de tudo lá dentro.
Então, se bem aplicado, se apresentado para uma criança num momento certo, para um ser humano que já desenvolveu o seu juízo moral, e segundo estudo psicogenéticas, o juízo moral está maduro só aos 21 anos de idade – não é à toa que se dizia a idade do juízo -, mas antes, claro, você pode antecipar isso, através de um bom relacionamento humano, através do contato com o papai e com a mamãe. Quando você estimula isso, não há problema nenhum, a pessoa vai saber utilizar a rede social com maestria total, com habilidade grande, vai saber se defender dos ataques vindos de propagandas, de falsas propagandas, fake news e notícias falsas e etc. Vai poder utilizar aquilo que tem de melhor, que são os relacionamentos, encontrar os amigos, rever os amigos, fazer as famosas lives com as pessoas, poder promover coisas boas, e uma infinidade de coisas maravilhosas que estão nesse mundo virtual indiscutivelmente.
E mais um alerta: o vício nessas redes sociais e nesses tablets desde cedinho, nos smartphones, bloqueiam uma das habilidades mais impressionantes do ser humano que é justamente a atenção. A atenção é uma janela por meio da qual o cérebro percebe o mundo, consegue se fixar. É a partir de estímulos que recebe do universo que o rodeia que é o seio da mãe, o choro, as canções que a mamãe canta, geralmente as mulheres fazem esse papel, e fazem muito bem por sinal, que você vai desenvolvendo habilidade tremendamente complexa, que é controlar a própria atenção. Então, montar algum joguinho, olhar aquilo com calma, etc…
Quando você expõe muito cedo uma criança a um smartphone, tablet; etc. o que acontece? A criança não desenvolve essa capacidade de concentração, ou seja, quanto mais exposição virtual, menor a concentração. Quando a criança interage com pais, irmãos avós; etc., seja brincando, desenhando, realizando tarefas lúdicas, o cérebro recebe estímulos – falando de pesquisas científicas – e a atenção se volta para as pessoas com as quais está interagindo. Quando eu estou diante da tela, até mesmo a televisão, computador, etc., a tela captura toda a atenção da criança e faz todo o trabalho, e se os pais usam o celular como estratégia de distrair o filho na hora de comer, e outras tarefas que exigem esforço, o cérebro vai aprender que toda vez que é necessário esperar, concentrar-se, esforçar-se, terá permissão para se distrair. Quando eu estou concentrado em algo que tem um tempo para se promover, pra acontecer, e quando tem pessoas, a minha relação com o tempo é outra e a minha concentração é outra. Ali na telinha está tudo pronto, basta apertar os botões.
Quando você expõe muito cedo uma criança a um smartphone, tablet; etc. o que acontece? A criança não desenvolve essa capacidade de concentração, ou seja, quanto mais exposição virtual, menor a concentração. Quando a criança interage com pais, irmãos avós; etc., seja brincando, desenhando, realizando tarefas lúdicas, o cérebro recebe estímulos – falando de pesquisas científicas – e a atenção se volta para as pessoas com as quais está interagindo. Quando eu estou diante da tela, até mesmo a televisão, computador, etc., a tela captura toda a atenção da criança e faz todo o trabalho, e se os pais usam o celular como estratégia de distrair o filho na hora de comer, e outras tarefas que exigem esforço, o cérebro vai aprender que toda vez que é necessário esperar, concentrar-se, esforçar-se, terá permissão para se distrair.
Estava conversando com uma amiga que me contou que sua neta plantou um feijãozinho e ela queria que ele nascesse como nasce no tablet, no aplicativo dela: aperta um botão, cai a semente e começa a crescer. A criança começou a ficar desesperada porque aquilo não nascia. Ou seja, lá na frente vida afora, crise de ansiedade. Ansiedade gera medo, medo gera depressão, depressão pode gerar suicídio. As coisas têm que acontecer imediatamente, na velocidade que estão acontecendo. Veja a dinâmica: na velocidade em que está acontecendo no celular, que não é a velocidade real, senão me causa ansiedade porque eu quero que aquilo aconteça na hora, naquele exato momento. Vale para tudo.
Outro dia meu amigo falou que um sobrinho foi visitá-lo, estavam lá conversando; a criança queria sair para brincar no quintal e estava chovendo. Ele disse que não dava para ir agora porque estava chovendo. A criança foi na janela e começou a apertar um pininho. Aí eles foram perceber que a criança achou que estava numa tela de um aplicativo, provavelmente, querendo apertar pra ver se mudava o tempo para ele brincar naquela hora. Olha onde nós estamos chegando. Então, percebe que eu não estou contra a rede social; estou contra a exposição da rede social; as pessoas do Vale do Silício matriculam inclusive seus filhos em escola que não tem tecnologia. Vejam vocês, alguma coisa tem aí para a gente desconfiar, concorda?
A gente vai caminhando para final deste artigo, depois vocês podem ler caso queiram, a revista Fonte de Luz, de dezembro de 2019 que tem a matéria completa e os links que você pode consultar as matérias relacionadas. Isso pode causar na criança uma aceleração, uma ansiedade porque as coisas não se resolvem naquele momento.
Como falei, existem momentos que a gente pode promover isso pra uma criança, deixar a criança utilizar uma dessas ferramentas, mas quanto mais tarde, melhor. E tem que pagar o preço para isso. “Filho, eu te amo”; “mas eu quero usar o celular”, “agora não”. “Porque não”, “porque não, ponto”. Você quer justificar? “É porque eu te amo, sei que isso tem um período certo para você aprender a mexer, então vai aprender a mexer no período certo”. A criança vai chorar, vai berrar, vai cansar a gente. Você quer chegar em casa, quer assistir seu jornal, quer jantar, quer esticar as pernas… Você, papai, mamãe, vovô, quer fazer um monte de coisas e demanda tempo. Se teve filho, paga o preço, senão não era pra ter.
Paga o preço, porque está diante de você um presente que Deus te deu, uma vida de Deus que está diante de você. Como você vai tratar essa vida de Deus? Fora isso, como você vai preparar essa vida de Deus que está diante de você? Vai encobri-la com uma série de equívocos e prejudicar toda uma sociedade? Tem que pagar o preço: sentar, brincar, conversar, olhar olho no olho, e tem que dizer não. “Ah, mas meu amiguinho já ganhou”; “seu amigo tem o pai e mãe dele, você tem seu pai e mãe que somos nós. Se a vovó e vovô que cuidam, atenção! Vovó – vovô, titia, e vocês que cuidam, seja parcial ou integralmente de uma criança –, assuma a responsabilidade e diga “Eu cuido de você, e a partir de agora as coisas serão assim”. Se você cuida porque seu filho saiu para trabalhar, sua filha trabalha, você vai usar a seguinte frase com a criança quando quiser dizer: “não, você não vai fazer isso”, você vai simplesmente dizer para ela: “não, porque seu pai e sua mãe não permitem”, e espero que pai e mãe não permitam, porque você, vovó, vovô, tem que chamar os dois. Se eles forem daqueles pais e mães que já tacam o celular na cara da criança logo cedo, você vai dizer: “aqui tem uma regra, vamos combinar: a linguagem que vocês falarem, eu falo também, mas se for algo que contraria o que é bom pra criança, esquece, estou fora da questão e ajudar”. “Ah, mas meu filho coitadinho”, diz a mamãe do marmanjão, “tem que trabalhar, eu tenho que cuidar da criança senão ele não trabalha”.
Comece a negociar essas coisas aí, por vezes, a gente cuida dos nossos netos com outras intenções, com intenção de paparicar demais, compensando coisas que deixei de fazer com os filhos e então vou compensar com os netos, cuidado! Você também, vovó, vovô, titia, tem um presente de Deus na sua mão, você está criando esse presente de Deus para humanidade, para ele próprio, porque depois lá na frente vem o preço e eu vou dizer o preço agora.
Olhando para você, quantos jovens incluindo crianças – mas vou falar jovens, adolescentes, para jovens e tirar da estatística crianças – se suicidam no Brasil por dia? 35 por dia. Está duvidando? Vai lá no buscador e confere o que estou falando, vai em lugares sérios, não vai logo na primeira página que o buscador te leva. Procure órgãos oficiais do Brasil. 35 por dia. Quer que seu neto – desculpa ser duro com você -, que seu filho entre nas estatísticas? É isso que estamos falando na Seicho-No-Ie.
Trate-o com respeito e negocie com seu filho, com seu neto, o que é certo. E se vocês cuidam dos seus filhos, farão o que é certo para esse filho de Deus. E o que é o certo? Aqui já está a dica. Aqui no livro “Educação do filho de Deus volume 2”, ele vai contar a história de uma senhora que educava um filho e esse filho não parava quieto. Tudo se interessava e logo depois, largava. A mãe, muito presente na vida do filho, olhava aquilo como um estudo. Se seu filho já está nessa de estar viciado nessas coisas, não adianta tentar tirar, não adianta querer tirar agora de uma vez por todas – estou falando viciado, porque, dá uma estudadinha particular, você vai ver que vício, também os aplicativos geram vicio –, ou seja, você não consegue se livrar deles, e a gente chama isso de vício. Então ela vai dizer que ela olhava pra esse filho.
A postura correta dos pais: “esse filho não é meu filho, esse filho é filho de deus. Este filho não é meu filho, é filho de Deus… Esse filho é inteligente, capaz, maravilhoso, sempre está estudando”. Olhar pra criança, tudo o que ela faz é um estudo, pra um adolescente, tudo o que você faz é um estudo. Dialogar com esse adolescente, com esse filho. Ela dizia isso, uma hora esse filho se viciou em história em quadrinhos, “então tudo bem, estude bastante sobre história em quadrinhos e se diplome logo nesse estudo”. Você pode, através da sua grande sabedoria, começar a estimular esse filho perguntando pra ele o que ele se interessa em aprender, e usar o próprio celular, redes sociais, pra buscar respostas nesse sentido, porque as redes sociais também estão recheadas de pessoas muito boas e maravilhosas dispostas a ajudar.
Outro dia uma amiga nossa fez a pergunta para o filho: “o que você gostaria de saber? Você tem alguma curiosidade?”. Um amigo também fez essa pergunta, o filho queria saber sobre super-heróis da Marvel. “Vamos então pesquisar o super-herói que você gosta; ah é o Thor, então vamos pesquisar sobre o Thor”. O pai está se divertindo com o filho usando o que nós temos hoje, eles foram estudando o Thor, apareceu palavra “Escandinávia”. O menino queria saber onde era a Escandinávia, eles foram anotando quem é o Thor, porque surgiu a figura do Thor, a Escandinávia onde fica, o que é mito, o que é mitologia, quais outros mitos existem; aquilo foi longe e eles se divertiram muito. Chegaram a comprar jogos de tabuleiro sobre o tema. É um pai que ama o filho e demonstra. Tio, tia, vó que ama a criança através deste gesto. Que maravilhoso para a criança que é crescer, que ser humano maravilhoso que vai crescer.
Com outra amiga, a criança queria saber sobre frutas. “Da onde vem as frutas? Vamos lá perguntar de onde vem as frutas. Que mais você quer saber?”, “queria saber se todas as frutas que tem no Brasil, tem no mundo?”. Foram fazendo perguntas, descobriram as frutas que tem no Brasil, as frutas que foram importadas, e aí eles foram cair, olha que interessante, nos nomes das frutas que soam como coisa de índio, e são. Jabuticaba, maracujá, caju, e ele quis saber isso. “Como a gente vai saber sobre a origem dessas palavras?”. Foram pesquisar e acharam uma Guarani que está na rede social, tem uma página pública e eles entraram em contato, o filho e a mãe, com essa Guarani. “Olha meu filho tem uma pesquisa saber das frutas”; falou pra ela. Ele queria saber por que esses nomes, ela foi explicando o significado de pitanga, jabuticaba, maracujá, caju, e aí vai embora, tem palavra que não acaba mais no Brasil. Jiboia, jararaca, jabuti, jacaré… Aí essa Guarani falou inclusive de outras frutas que ele não conhecia, ou frutas que nós damos um nome e os Guaranis davam outros nomes. Olha onde isso foi parar, utilizamos as redes sociais e utilizamos o desejo da criança em aprender.
Tem, no livro volume 1, nas páginas 90 e 91, uma relação sobre como trabalhar com o filho de acordo com a Educação da Vida. Conscientizar a verdade única: o homem é filho de Deus, ou seja, ter correto conhecimento da natureza verdadeira do seu filho, do ser humano; compreender direito o que é estudar e por que estudar; persistir no método de educar contemplando-o segundo o qual manifestasse aquilo que contemplamos; despertar para a verdade, em que o mundo tridimensional é manifestação da mente; viver acreditando que somente existe Deus e o que vem de Deus e o bem, enfim, uma série de dicas que estão nesses livros que, embora antigos, tem dicas bacanas sobre os princípios que norteiam aquilo que chamamos de Educação da Vida. “Educação do filho de Deus, volume 1” e “Educação do filho de Deus, volume 2”. O que eu falei pra vocês aqui está baseado nesses livros, e em pesquisas que fiz fora dos livros da Seicho-No-Ie, porque como o tema era muito atual. Muito obrigado.
Transcrição da Reunião Virtual sobre Educação transmitida no dia 16/07/2020 pelo canal do YouTube da SEICHO-NO-IE DO BRASIL