Sonhos e estudos: as vivências de Juliana Lionço

Capa 8 Sonhos e estudos: as vivências de Juliana Lionço Pela Divulgadora Juliana Silva Lionço - Regional DF-BRASÍLIA.

Pela Divulgadora Juliana Silva Lionço – Regional DF-BRASÍLIA.

Meu nome é Juliana Silva Lionço, sou Divulgadora da Seicho-No-Ie e pertenço a Regional DF-BRASÍLIA. 

“Qual é o meu sonho? Qual profissão quero seguir? Por onde começar?”.  Há alguns anos, quando me perguntavam sobre os meus sonhos e sobre a minha carreira eu não sabia responder com clareza. E, inclusive, me esquivava de conversas desse tipo, pois me sentia bastante incomodada.

Antes de mais nada, para começar, iremos voltar para a Juliana de 16 anos. Eu estava no 3º ano do Ensino Médio e, como todos sabem, essa é uma época que passamos por toda aquela pressão para saber qual curso superior escolher, inscrição em vestibulares, escolha de faculdade, estudos para alcançar boas notas e, no meu caso, ainda conciliava tudo isso com o primeiro emprego como menor aprendiz.

Naquele período, a única certeza que eu tinha era de que precisava ser aprovada em uma Universidade Federal. Caso contrário, o sonho de realizar a graduação, talvez, não acontecesse, pois eu não teria condições de pagar a mensalidade de uma faculdade particular. Ou seja, a minha escolha de curso foi baseada em um único objetivo: mudar de vida. E, cá entre nós, sabemos que a mudança de vida não é sobre ganhar mais (salário e benefícios maiores) com a profissão que escolhemos, mas, sim, sobre mudar a nossa mente. Mas, naquela época, a Juliana de 16 anos ainda não havia despertado para isso. 

Continuei me dedicando aos estudos nos meses seguintes, realizei os exames para o vestibular e, em janeiro de 2015, quando estava com 17 anos, saíram os resultados da Universidade de Brasília. Meu nome estava lá! Fui aprovada para o curso de Engenharia Eletrônica. A comoção foi gigante, meus pais, meus irmãos e toda a família vibraram por mim e, é claro, imaginei que ali seria o primeiro passo para a grande mudança de vida que eu buscava. Os primeiros semestres foram maravilhosos e eu me sentia extremamente confiante e realizada.

No ano seguinte, em 2016, por indicação do meu irmão, fui convidada para atuar como voluntária no Seminário da Luz, fazendo atividades com os juvenis. Fiquei bastante surpresa, pois, naquele período, ainda não atuava como Líder do Movimento e nem estava frequentando as reuniões da Associação dos Jovens Regional da Seicho-No-Ie. Aceitei o convite e fui toda feliz para o evento. Durante uma das palestras, os apresentadores anunciaram a música “Sonho Sincero” e, ao ouvi-la, algo mudou dentro de mim. Foi uma brusca virada de chave na minha vida. Cheguei em casa, entrei no Youtube e coloquei essa música para reproduzir inúmeras vezes. 

Depois daquele dia, nenhuma das minhas escolhas fazia mais sentido para mim, pois eu sabia que faltava algo; algo que sempre prezei: minha autenticidade. Ou melhor, o meu sonho sincero. Me cobrava demais por me sentir infeliz com tudo que estava vivendo e pensava: “Estudo em uma Universidade Federal, quantos jovens não almejam apenas uma vaga? E eu aqui, infeliz. E se eu desistir, por onde recomeçar?” 

Em paralelo a esses acontecimentos, decidi iniciar a minha atuação como Líder no Movimento. Passei a praticar a Meditação Shinsokan e a realizar a leitura das Sutras Sagradas em gratidão aos meus antepassados.

Fui convidada para atuar no Departamento Juvenil da Regional e, em uma das reuniões, recebi do meu amigo, Bruno Carrer, O Livro dos Jovens, escrito pelo Sagrado Mestre Masaharu Taniguchi. Que presente maravilhoso!

Comecei a ler e, na p. 22, me deparei com a frase: “Vocês devem ser fiéis ao seu ‘ideal interno’ e ouvi-lo com docilidade” (O Livro dos Jovens. 32. ed. 2007). Fiz uma breve imersão dentro de mim mesma e, realmente, meu grande sonho estava mais claro do que nunca: eu nasci para trabalhar com comunicação. Agora tudo fazia sentido! Resgatei diversas memórias que davam sustentação para o meu sonho. E, só de imaginar as possibilidades de trabalho, sentia meu coração quentinho por finalmente estar no caminho certo.

Porém, por onde começar? Ainda tinha muito medo de magoar meus pais e o meu irmão. Eu sabia que não seria fácil. E, de fato, foi desafiador. Pois além do receio de magoar os meus familiares, tinha que voltar a estudar para o vestibular e ser aprovada, novamente, em uma Universidade Federal.

Decidi não trancar o curso de Engenharia Eletrônica e tentar, em paralelo, ir realizando alguns vestibulares. É aquela velha história: confio em Deus, mas segurarei essa cordinha aqui só por precaução (risos).  E, claro, tudo começou a desandar. Além de não ir bem nas matérias da graduação, também não conseguia ser aprovada em nenhum vestibular. Afinal, não estava me dedicando 100% em nenhuma das duas coisas. Sofria e chorava copiosamente e não entendia a razão de nada estar “dando certo.” 

Recomecei a ler O Livro dos Jovens e, na p. 33, o Sagrado Mestre Masaharu Taniguchi nos ensina que “Devemos nós próprios criar as nossas oportunidades” e ele avança dizendo, na p. 34, “Se vivermos fugindo de toda e qualquer dificuldade e buscarmos apenas as facilidades, jamais poderemos criar oportunidades para nós mesmos”. 

E eu soube, naquele momento, que precisava enfrentar os fatos, mesmo que fosse difícil no começo. Tranquei a graduação de Engenharia Eletrônica e me dediquei totalmente aos estudos para o vestibular. Em casa foi um momento muito delicado, pois meu irmão ficou sem falar comigo por quase um ano e eu sentia que a minha mãe não havia ficado feliz com a minha decisão.

Mas, mesmo assim, entendi que, dentro da minha autenticidade, faria as escolhas certas e os deixaria extremamente felizes com meus grandes feitos. Nesse momento, o que mudou foi a minha forma de enxergar o mundo e as oportunidades.

Com muita oração aos meus antepassados e a prática da Meditação Shinsokan, segui o meu sonho.

Em 2021, fui aprovada no curso de Comunicação Organizacional, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em Curitiba! Comemoramos e eu e meu irmão voltamos a nos falar. Ele viu que todas as minhas escolhas tinham um propósito maior. Só que ainda não era o cenário ideal, pois não estava preparada para a mudança de estado.

Como tudo aconteceu durante a pandemia, as aulas ainda eram online. Comecei o curso e me apaixonei, havia encontrado o meu lugar no mundo. No entanto, como não conseguiria mudar para Curitiba, continuei me dedicando para conseguir ser aprovada novamente na Universidade Federal de Brasília (UnB). Desistir não fazia parte do meu dia a dia. Foi então que, no vestibular para o ingresso do segundo semestre de 2022, passei para o curso de Comunicação na UnB. 

E, como nada é por acaso, algumas das matérias que cursei em Engenharia Eletrônica (como módulo livre), e todas as matérias de Comunicação Organizacional da faculdade de Curitiba, foram aproveitadas. Com isso, já me formo no final de 2024. Além disso, no primeiro semestre da graduação já consegui estágio e logo serei efetivada, mesmo antes de finalizar o curso. 

Hoje posso dizer que sou extremamente feliz, pois expresso todos os dias o meu ser autêntico, o ser que vive o sonho da alma. Tudo valeu a pena! 

E a lição que fica é: não importa qual é o seu sonho, ele sempre será seu norteador e sua força motriz. Ouça sempre a voz da sua alma, agradeça aos seus antepassados, pois eles sempre te guiarão e te darão força. E nunca, em hipótese alguma, duvide da sua capacidade!  Idealize um grande sonho e crie as suas oportunidades. Muito obrigada!