Relatos

Luis Antonio e Mariângela Gomes

Reverências, Muito Obrigada

Em primeiro lugar queremos agradecer pela oportunidade de relembrar o quanto a Seicho-No-Ie foi e é importante em nossas vidas, em todos os sentidos, pois ao pedir que nós, eu e o Luis Antonio fizéssemos este relato sobre a nossa vida, pudemos relembrar de quanta coisa temos para sermos eternamente gratos ao Mestre Masaharu Tanuguchi, por seu Ensinamento.
Bem , vamos lá. O Luis e eu nos conhecemos no final da adolescência, eu tinha 19 e ele 18 anos, em um Clube de Jovens, o LEO Clube, ligado ao Lions Clube de São Paulo, onde meu pai orientava os jovens em uma escola da rede estadual para a prática de atos cívicos em prol da comunidade e desenvolvimento de valores também desses mesmos jovens éticos, de mútua assistência, etc.
Na época, o Luis namorava uma menina muito bacana, chamada Terezinha, que também participava do LEO Clube, na verdade estavam noivos e éramos todos bastante amigos. O noivado foi desfeito, pois ambos queriam coisas diferentes: o Luis desenvolver-se na arte, especialmente na dança e ela queria casar-se e constituir família o mais rapidamente possível.
Eu, na época, estava iniciando os meus estudos no Direito e gostava mesmo é de estar com os amigos. Depois que o compromisso com a Terezinha foi desfeito, nos aproximamos ainda mais, pois ambos adorávamos ficar conversando e acabamos descobrindo outras afinidades e alguns anos depois acabamos por ter um “namorico”, que também não foi para frente, pois não sabia o que queria sentimentalmente e o Luis, nessa altura, já quase formado como professor de ballet, queria assumir um compromisso e acabamos seguindo rumos diferentes, mas como tínhamos amigos em comum, sempre tínhamos algum contato.
No início de 1986, o Luis teve um grande desentendimento com seu pai e acabou por sair de casa; após algumas idas e vindas, acabou indo para Joinville lecionar, a convite de uma academia de lá; e eu já estava trabalhando como advogada e funcionária pública municipal.
Ressalta-se que, até então, nem eu, nem o Luis conhecíamos a Seicho-No-Ie. Perdemos o contato e quando o pai do Luis, Sr. Antonio, faleceu em outubro daquele mesmo ano, enviei um cartão para o último endereço de Joinville de um grande amigo, que tínhamos em comum, o Valter, que também pertenceu ao LEO Clube, mas não obtive resposta.
Reencontramo-nos alguns anos depois, rapidamente, em São Paulo, no casamento desse nosso amigo e logo em seguida o Luis voltou para o Sul, agora já morando em Florianópolis, cidade que adotou no coração e onde viveu por mais de dezesseis anos.
Quando este casal de amigos, Valter e Elizabeth, tiveram a primeira filha, Gabriela, nos convidaram para sermos os padrinhos e novamente nos reencontramos rapidamente no batizado, mas nada especial aconteceu. Eu já havia conhecido os Ensinamentos da Seicho-No-Ie em 1990, quando uma ex-namorada de meu irmão mais velho me convidou a assistir a reunião da Associação Local-Tucuruvi, da Fraternidade. Fui, adorei e fiquei. Passei a frequentar a Associação, encantada com os Ensinamentos e principalmente com a liberdade de poder comandar o meu destino.
No mesmo ano, aproximadamente em meados de agosto, foi dado ao meu pai seis meses de vida, pois tinha a ilusão da diabete e precisava operar o coração, com poucas chances de sucesso e se não operasse também teria poucas chances. Apeguei-me ainda mais aos Ensinamentos e em onze dias, quando o normal seriam quinze ou mais, meu pai estava em casa, tendo colocado cinco pontes de safena e quatro mamárias. Daí pra frente, dediquei-me ainda mais à Seicho-No-Ie, porém só em 1994 que passei a pertencer efetivamente a Associação dos Jovens da Seicho-No-Ie, tendo sido Divulgadora, Líder de Iluminação e hoje Preletora da Regional Santana.
Mas voltemos novamente, nossa afilhada Gabriela sempre perguntava nas festas de aniversário e outros encontros, o porquê que todo mundo tinha madrinha e padrinho juntos e ela não, era muito difícil o Luis vir para São Paulo e quando vinha, já tinha que voltar e não nos encontramos por um longo período, e ela começou a torcer para que nós namorássemos, todos achamos graça, pois não nos víamos há muitos anos e casamento para mim era um sonho muito, muito distante.
Mas como tudo tem seu prazo e curso, ao mesmo tempo que me dedicava na Seicho-No-Ie, sendo inclusive já Líder de Iluminação, foi batendo aquela solidão brava, orientava muitas moças sobre a metade da alma e muitas delas, praticando a oração da metade da alma, leitura de Sutras aos antepassados, gratidão ao papai e mamãe, o auto-perdão, conseguiam harmonizar-se com tudo e com todos e claro, encontravam a metade da alma e eu nada! Acreditava que estava fazendo tudo certo, mas nada de especial acontecia.
Finalmente em um Seminário de moças em Ibiúna, orientado pela Preletora Therezinha Belan Kan, a “ficha” ou “cartão” caiu e descobri que eu, que sempre tive pais absolutamente amorosos e amigos, adorava tanto ser filha, que não queria crescer, seguir o fluxo natural da vida, namorar, casar, deixar somente de ser filha para também ser esposa e mãe, daí o porquê os meus relacionamentos nunca iam para frente.
Daí para frente, criei coragem e coloquei a metade da minha alma na missão sagrada e neste mesmo ano, em Florianópolis o Luis, que há algum tempo atravessava uma fase de desarmonia muito grande consigo mesmo, arrependimento de não ter se reconciliado em vida com o pai, auto-punição, estava desempregado e inclusive passando fome, sem que seus familiares de São Paulo soubessem de nada. Conheceu a Seicho-No-Ie por meio de uma amiga, hoje também preletora, chamada Norma. Ao se reencontrar consigo mesmo, por meio dos Ensinamentos do Mestre, o Luis se entregou de corpo e alma a atuar na Associação dos Jovens, a Regional Florianópolis, sendo divulgador, presidente de Associação Local e vice-presidente Regional, ao mesmo tempo em que foi se harmonizando pouco a pouco consigo e com seu pai. Por meio das práticas e orientações, sua vida pessoal também começou a retomar o rumo. Um antigo chefe seu do Sesc, que o havia despedido e com quem havia se desentendido no passado o reencontrou e convidou para juntos trabalharem no Sesc, dizendo que ele fora um de seus melhores auxiliares; o Luis formou-se em magistério, passando também a dar aulas e foi recuperando sua harmonia. Mas também para ele, na medida em que o tempo passava, foi batendo aquela solidão, embora sempre rodeado de amigos maravilhosos, a falta da metade da alma de verdade foi falando cada vez mais alto.
Na Convenção Nacional de 1998, acompanhando um grupo de jovens numa visita à Sede Central, na Superintendência dos Jovens, o Luis viu o meu retrato no quadro dos Presidentes Regionais e me reconhecendo perguntou qual era o nome daquela moça e foi informado que ela se chamava Mariângela e era Presidente dos Jovens da Regional Santana. Ele disse que me procurou o tempo todo na Convenção e não encontrou, eu estava ajudando nas atividades artísticas, junto com a preletora Maria Amélia e mais uma vez não conseguimos nos reencontrar.
Mas Deus já nos havia juntado há muito tempo no coração. Na Convenção de 1999, eu estava novamente ajudando nas atividades artísticas, quando no momento de organizar a fila das regionais que mais se destacaram nas categorias de Missão Sagrada e revistas, eu achei que conhecia o rapaz super elegante que estava de terno, de braços dados com uma moça muito simpática também, mas acabei achando que era bobagem, pois a minha lembrança do Luis era de um rapaz de calças jeans, normalmente de camiseta e nunca de terno, mas incentivada por uma grande amiga, a Líder de Iluminação Elida, me aproximei e chamei o seu nome: Luis! Neste instante, por estranho que pareça, todo mundo, exceto eu e ele, desapareceu e foi o abraço mais gostoso que recebi na vida! Após a cerimônia e a premiação, ele acompanhava sua presidente regional, a Líder de Iluminação Leonita, na qualidade de vice-presidente e recebera o prêmio categoria ouro no aumento da Missão Sagrada.
Trocamos telefones… Fiquei decepcionada, pois achei que ele ainda ia ficar em São Paulo, mas ele sairia do Ginásio do Ibirapuera direto para o ônibus, que seguiria com a caravana para Florianópolis. Mas, o que seria mais um desencontro, acabou sendo um reencontro maravilhoso, pois começamos a namorar em novembro e em dezembro ele retornou para São Paulo em definitivo, inclusive para grande alegria e felicidade de sua mãe, que na época estava bastante adoentada.
Em dezembro de 2000, precisamente no dia 14 , nos casamos na Igreja que eu sempre sonhei, que ficava na esquina da rua onde meus pais moravam, eu entrei acompanhada de meu amado pai, Leovergílio Moreira e com minha querida mãe espiritual, dna. Maria Aparecida e sob as bênçãos de todos os nossos familiares e queridos amigos.
Desde então, temos tido cada vez mais motivos para agradecer, o Luis foi presidente regional Santana, hoje é preletor e oficiante, ao mesmo tempo que concluiu sua faculdade de Letras e hoje faz especialização; eu por minha vez, concluí o mestrado e dou aulas de direito civil e do consumidor, atividade com a qual sempre sonhei e juntos atuamos do Departamento de Jovens Casados da AJSI e trabalhamos pelo Movimento da Iluminação da Humanidade, especialmente na Regional SP-Santana.
Tivemos problemas? Sem dúvida, mas crescemos por meio deles e sempre pudemos contar um com outro e com Deus, sempre. Acima de tudo, formamos uma família harmoniosa e feliz e agradecemos imensamente a Deus, aos nossos amados antepassados, aos nossos amados pais Leovergílio e Laudelina Moreira e Antonio Serafim e Maria Aparecida Gomes, aos nossos irmãos, a todos os nossos familiares, a todos os amigos e, especialmente, aos Ensinamentos da Seicho-No-Ie por ter nos proporcionado tanta felicidade.
Muito Obrigado.

Luis Antonio e Mariângela Gomes