Como nossos hábitos podem salvar ou condenar o planeta Terra

novacivi2 Como nossos hábitos podem salvar ou condenar o planeta Terra A exigência de uma nova consciência

A exigência de uma nova consciência

Nas últimas duas edições da Fonte de Luz tratamos a respeito do tema Água: Manifestação da Vida de Deus. Nesta e nas próximas edições  desejamos continuar discutindo sobre o tema ÁGUA, que é o líquido precioso da vida, uma dádiva de Deus, porém, por outras perspectivas.

Quando se fala em crise de abastecimento de água, logo vêm à mente as formas tradicionais de economia de água: “Fechar a torneira enquanto se escova os dentes ou enquanto se lava a louça”, “diminuir o tempo do banho de chuveiro”, “não lavar calçadas com a mangueira”, “não lavar carros” etc. 

Nada de errado nessas formas de economizar, ao contrário, elas são muito importantes e necessárias. Porém, infelizmente, o que não se comenta, nem se ensina nas escolas, ou mesmo na maioria dos meios de comunicação, é que, se essas ações preventivas não estiverem alinhadas com uma mudança de hábito mais profunda no que diz respeito ao nosso cotidiano, não terão o efeito esperado ou desejado.

Não adianta apenas “fecharmos a torneira enquanto escovamos os dentes” se continuarmos a consumir na mesma proporção que fazemos atualmente. Simplesmente porque o planeta não suporta mais esse ritmo frenético de consumo e por consequência a exploração predatória de seus recursos que servem de matéria-prima para a base da indústria.

Aprendemos na Seicho-No-Ie sobre a existência das leis mentais, como “é dando que se recebe”, “quem planta colhe”, “aqui se faz, aqui se paga”, que são variações da grande lei de causa e efeito. Durante os últimos séculos, desde a Revolução Industrial a humanidade veio gozando todo tipo de benefícios que o progresso e o desenvolvimento da ciência e das tecnologias foram capazes de produzir.

Entretanto, ofuscado pelo prazer de tais conquistas e benefícios alcançados, o ser humano foi gradativamente se afastando do seu centro de equilíbrio e harmonia com a natureza. Com a promessa dos que detêm o poder econômico e o domínio sobre a grande mídia de que só com o progresso e o desenvolvimento de novas tecnologias a humanidade seria feliz, nossos sentidos mais sutis foram envolvidos por um torpor sem precedentes na História.

Mas será que a humanidade se tornou mais feliz com tudo isso?

A natureza envia a fatura do desenvolvimento para ser paga

Gostaríamos que a resposta acima fosse dada por cada leitor à medida que continua a leitura deste artigo. Seria ingenuidade pensar que poderíamos continuar extraindo os recursos da natureza, destruindo o habitat natural de incontáveis espécies de seres vivos e por consequência levando a sua extinção, alterando o delicado equilíbrio na relação entres os reinos: mineral, vegetal, animal e dos seres humanos, sem que houvesse consequências.

Tendo a lei de causa e efeito como base, a humanidade começa a receber individualmente e coletivamente a fatura enviada pela natureza, e ela tem de ser paga. Não é de hoje que a natureza vem enviando sinais, muitas vezes sutis, e o homem precisa rever seus conceitos e sua relação com o meio que o cerca.

Como não houve resposta, ela agora envia a sua fatura de todas as ações humanas inconsequentes, sobretudo as das últimas décadas. Essas ações provocaram profundas alterações no equilíbrio do ecossistema, tanto terrestre, quanto aquático. A consequência? Alterações climáticas com mudanças no fluxo da distribuição de chuvas, eventos meteorológicos extremos que afetam a produção de alimentos etc.

E quem mais sofre com tudo isso? Ora os mais pobres, que representam a maioria absoluta da humanidade. A crise humanitária que o planeta vive hoje é uma das consequências desse modo de viver que veio sendo cultivado com base no consumismo. Países ricos e em desenvolvimento como os da Europa, Estados Unidos, Austrália, Brasil etc. vivem uma situação sem precedentes. Em 2014 a ONU contou mais de 60 milhões de refugiados em todo o mundo e as previsões para este ano são ainda mais alarmantes.

Mas esses refugiados fogem do quê? Fogem das guerras civis, das perseguições de grupos religiosos ultrarradicais e extremistas, mas, sobretudo, fogem da pobreza, da miséria, da seca, da fome, do abandono pelo mundo civilizado. Têm suas esperanças de um futuro melhor para si e para seus familiares depositados no novo país que pretendem morar.

Mas não precisamos ir longe para ver e sentir essa dura realidade. O Brasil vem recebendo uma quantidade cada vez maior de pedido de asilos políticos e de imigrantes vindos de países de todos os continentes, mas com destaque os países da América do Sul e América Central, sobressaindo o Haiti.

Não há mais como ficarmos indiferentes a toda essa transformação social e mudança climática. Não será mais possível continuar fingindo não ver o que está acontecendo ao nosso redor, tampouco pensar que tudo isso não seja nossa responsabilidade.

Salvar nosso planeta é responsabilidade de cada ser humano, espiritualista ou materialista. Mas acreditamos, em especial, que os que se consideram religiosos ou que pelo menos possuam alguma inclinação a espiritualidade devam se comprometer meter primeiro a rever seu estilo de vida e repensar seus hábitos de consumo.

Autor (a): Comissão da Seção (Carlos Alberto da Silva, Marcos Rogério Silvestre Vaz Pinto, Milton Kazuo Norimatsu, Henrique Tsutomu Kubo e Flávio Gottardo de Oliveira)

Revista Fonte de Luz – Ano LII – Nº558 – Junho/2016 – pp. 26 – 28